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Alemanha envia fragata em missão delicada na região do Indo-Pacífico

A Alemanha enviou hoje uma fragata militar para uma primeira missão em mais de 20 anos para a bacia do Indo-Pacífico, correndo o risco de degradar as já delicadas relações com a China.

Alemanha envia fragata em missão delicada na região do Indo-Pacífico
Notícias ao Minuto

17:51 - 02/08/21 por Lusa

Mundo Alemanha

O 'Bayern', navio militar de 139 metros de comprimento, zarpou com mais de 200 militares a bordo do porto de Wilhelmshaven para uma missão de seis meses que visa reforçar a presença alemã na região, ao lado dos seus aliados, nomeadamente norte-americanos.

O primeiro destino é o porto de Singapura, seguindo, depois, para o Japão e Coreia do Sul, atracando na Austrália.

A fragata tem previsto atravessar o mar do Sul da China, "rota chave" do comércio marítimo mundial e zona rica em recursos naturais, que Pequim reclama na sua quase totalidade.

Vários países vizinhos, como as Filipinas, Malásia, Brunei e ainda o Vietname, com o apoio dos Estados Unidos, têm contestado as reivindicações chinesas,

A missão alemã deve contribuir para a estabilidade na região e para o respeito pelo Direito Internacional, explicou a ministra da Defesa da Alemanha, Annegret Kramp-Karrenbauer, antes da partida da fragata. 

"Porque a segurança no Indo-Pacífico é também a nossa segurança", defendeu, descrevendo a missão "como um passo grande e positivo".

"Queremos assumir a nossa responsabilidade na organização do direito internacional" na região, disse, por seu lado, o chefe da diplomacia alemã, Heiko Maas. 

Na semana passada, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, afirmou em Singapura que as crescentes reivindicações de Pequim no mar do Sul da China são "infundadas no Direito Internacional". 

A Alemanha, geralmente relutante em se envolver militarmente em todo o mundo, tem normalmente defendido relações menos conflituosas com a China, algo que parece ter mudado de tom.

Em março passado, a União Europeia (UE) impôs uma série de sanções específicas contra a China por violações dos direitos humanos relativos à minoria uigur muçulmana. 

Pequim respondeu sancionando personalidades europeias.

A polémica está a pôr em risco a ratificação do acordo sino-europeu de investimentos assinado no final de 2020. 

As relações entre a Alemanha, a maior economia da Europa, com a China são particularmente complicadas pelos estreitos laços industriais entre os dois Estados. 

A gigante automobilística alemã Volkswagen tem uma fábrica na província de Xinjiang, onde estudos ocidentais e norte-americanos relatam o internamento em massa de uigures e o recorrer ao trabalho forçado, com Pequim a negar veementemente as acusações.

Leia Também: Germano-italiana acusada na Alemanha de espionagem em favor da China

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