Meteorologia

  • 06 MAIO 2024
Tempo
16º
MIN 13º MÁX 20º

EUA e Rússia devem aproveitar consultas para reduzir arsenais nucleares

A aliança civil ICAN, prémio Nobel da Paz 2017, sustentou hoje que Washington e Moscovo devem aproveitar as negociações sobre estabilidade nuclear hoje iniciadas em Genebra para proceder a "uma real e substancial" redução dos respetivos arsenais.

EUA e Rússia devem aproveitar consultas para reduzir arsenais nucleares
Notícias ao Minuto

16:16 - 28/07/21 por Lusa

Mundo ICAN

"O risco que as armas nucleares representam nunca foi tão elevado, e a única forma de acabar com esse risco é eliminando as armas nucleares. Os Presidentes [Vladimir] Putin e [Joe] Biden devem aproveitar esta oportunidade para acordar uma redução dos seus arsenais e avançar para o desarmamento nuclear", declarou a ICAN (sigla em inglês para Campanha Internacional para Abolição das Armas Nucleares), numa declaração à agência noticiosa espanhola Efe.

As duas superpotências nucleares comprometeram-se em meados de junho a entabular um diálogo sobre estabilidade estratégica, ou seja, que equilibre o seu poderio nuclear e permita construir as bases para futuros acordos de desarmamento. A primeira ronda deste processo, que só durará um dia, realiza-se hoje em Genebra.

Para a ICAN, os Estados Unidos e a Rússia deveriam aceitar dar determinados passos na direção do Tratado de Proibição de Armas Nucleares, que entrou em vigor a 22 de janeiro deste ano e foi negociado sob a égide das Nações Unidas.

Até então, as armas nucleares eram as únicas armas de destruição maciça que não estavam sujeitas a um tratado de proibição do seu uso, bem como do respetivo desenvolvimento, testagem, produção, transporte, armazenamento ou ameaça de utilização.

O problema é que, dos 55 Estados que o ratificaram nos últimos seis meses, nenhum é possuidor de armamento nuclear.

"A maioria dos países do mundo apoia este tratado, e os Estados Unidos e a Rússia deveriam alinhar-se com ele", defendeu a ICAN, denunciando que o mundo está "numa nova corrida às armas nucleares", numa referência a relatos de que a China está a construir um segundo campo de silos de mísseis nucleares, "o que indica a sua pretensão de expandir o seu arsenal".

A organização civil recorda também que há pouco tempo, o Reino Unido decidiu aumentar o tamanho potencial do seu arsenal, e que os nove países que têm armas nucleares estão todos a modernizar ou aumentar os seus arsenais.

Segundo os dados tratados pelos especialistas, a Rússia tem 6.255 ogivas nucleares e os Estados Unidos, 5.550; a China conta com 350, França com 290, o Reino Unido com 225, o Paquistão com 165, a Índia tem 156, Israel tem 90 e a Coreia do Norte tem entre 40 e 50.

"O Tratado da ONU para a Proibição das Armas Nucleares oferece um caminho alternativo para o desarmamento Nuclear assente em princípios humanitários e no respeito pelas vítimas e sobreviventes do uso de armas nucleares", declarou a ICAN.

Deste primeiro encontro entre as delegações russa e norte-americana não se espera grandes resultados, já que, como adiantou a parte russa, servirá sobretudo para que ambas as partes se conheçam e avaliem quanto tempo lhes levará a definir uma agenda comum que inclua os temas em que seja possível trabalhar com relativa rapidez.

Leia Também: OEA adia sessão extraordinária sobre situação em Cuba

Recomendados para si

;
Campo obrigatório