Polícias processados após fiscalização a tiro e "cacetadas" em Moçambique

Quatro polícias foram processados depois de reprimirem a tiro e com violência física um homem de 32 anos e uma menor por não usarem máscara de prevenção da covid-19 na província do Niassa, norte de Moçambique, anunciou hoje a corporação.

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Lusa
13/07/2021 22:41 ‧ 13/07/2021 por Lusa

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Covid-19

 

Num dos casos, um polícia interpelou na segunda-feira um homem na sua própria casa depois de observar, durante uma patrulha, que ele conversava com outra pessoa e que ambos não usavam máscara.

O agente entrou na casa e algemou o residente numa detenção que se tornou violenta e terminou com um tiro do polícia na perna da vítima, atualmente internado e em recuperação numa unidade de saúde.

Noutro caso, três agentes alegaram violação das medidas de prevenção da covid-19, para interpelar e agredir uma menor de 13 anos em Lichinga, capital provincial, deixando-a imobilizada na via pública.

"Deram-lhe umas cacetadas e a jovem ficou imobilizada", descreveu Moisés Gueve, comandante da Polícia da República de Moçambique (PRM) na província, em declarações transmitidas hoje pela Televisão de Moçambique (TVM).

O caso aconteceu na última semana e motivou queixas nas redes sociais, com a menor a ser socorrida pela população e posteriormente transportada por outros polícias para uma unidade de saúde.

O comandante distrital repudiou o comportamento dos agentes, referindo que "nunca foram aconselhados a usar da força" durante a fiscalização do cumprimento das normas de prevenção da covid-19.

"Estão a ser alvo de processo disciplinar e processo-crime", concluiu.

As agressões aconteceram dias depois da morte de César Fumo, 34 anos, em Maputo, que terá sido baleado por agentes após partir o vidro de um carro da corporação durante o período de recolher obrigatório para prevenção da pandemia.

O Centro para a Democracia e Desenvolvimento (CDD), organização não-governamental (ONG) moçambicana, exigiu na segunda-feira a responsabilização dos agentes envolvidos.

"A nossa polícia tem sido muito violenta, sem o mínimo de respeito pelos direitos e interesses fundamentais dos cidadãos", referiu em comunicado.

Leia Também: Violência que se alastra na África do Sul já provocou 72 mortos

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