Num dos casos, um polícia interpelou na segunda-feira um homem na sua própria casa depois de observar, durante uma patrulha, que ele conversava com outra pessoa e que ambos não usavam máscara.
O agente entrou na casa e algemou o residente numa detenção que se tornou violenta e terminou com um tiro do polícia na perna da vítima, atualmente internado e em recuperação numa unidade de saúde.
Noutro caso, três agentes alegaram violação das medidas de prevenção da covid-19, para interpelar e agredir uma menor de 13 anos em Lichinga, capital provincial, deixando-a imobilizada na via pública.
"Deram-lhe umas cacetadas e a jovem ficou imobilizada", descreveu Moisés Gueve, comandante da Polícia da República de Moçambique (PRM) na província, em declarações transmitidas hoje pela Televisão de Moçambique (TVM).
O caso aconteceu na última semana e motivou queixas nas redes sociais, com a menor a ser socorrida pela população e posteriormente transportada por outros polícias para uma unidade de saúde.
O comandante distrital repudiou o comportamento dos agentes, referindo que "nunca foram aconselhados a usar da força" durante a fiscalização do cumprimento das normas de prevenção da covid-19.
"Estão a ser alvo de processo disciplinar e processo-crime", concluiu.
As agressões aconteceram dias depois da morte de César Fumo, 34 anos, em Maputo, que terá sido baleado por agentes após partir o vidro de um carro da corporação durante o período de recolher obrigatório para prevenção da pandemia.
O Centro para a Democracia e Desenvolvimento (CDD), organização não-governamental (ONG) moçambicana, exigiu na segunda-feira a responsabilização dos agentes envolvidos.
"A nossa polícia tem sido muito violenta, sem o mínimo de respeito pelos direitos e interesses fundamentais dos cidadãos", referiu em comunicado.
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