"Vincular a ajuda ao Líbano à formação de um Governo representa agora um perigo para a vida dos libaneses e para a entidade do Líbano", disse Diab, cujo país enfrenta a pior crise socioeconómica da sua história.
"As pressões exercidas (...) não afetam os corruptos, mas o povo libanês paga um preço exorbitante", adiantou antes de uma reunião de embaixadores em Beirute.
Desvalorização inédita da moeda nacional, explosão da inflação, despedimentos em massa, agravamento da pobreza: o Líbano atravessa uma das piores crises económicas no mundo desde 1850, segundo o Banco Mundial.
Esta crise é largamente atribuída à corrupção e incompetência da elite política, dominada há décadas pelas mesmas famílias e as mesmas pessoas. Os dirigentes são acusados por uma grande parte da população de não se preocuparem com as necessidades e prioridades do país.
A explosão devastadora de 04 de agosto de 2020 no porto de Beirute foi o golpe final para o país: mais de 200 mortos, milhares de feridos, centenas de milhares de desalojados, destruição de parte da capital do Líbano.
O Governo de Diab demitiu-se alguns dias após a tragédia, mas a formação de um novo Governo arrasta-se há 11 meses devido ao regateio dos grandes partidos.
No final de 2019 e durante vários meses, o país foi palco de uma revolta popular inédita contra o poder e a corrupção, sem resultado.
A comunidade internacional, liderada por Paris, condiciona qualquer ajuda à formação de um governo capaz de realizar reformas profundas para tirar o país da crise.
"O Líbano atravessa um túnel muito escuro, as dificuldades atingiram níveis trágicos", disse Diab, precisando que o país se encontra "a alguns dias da explosão social".
O responsável pediu para "salvar o Líbano antes que seja tarde demais".