Esta segunda-feira, foi anunciada uma nova expedição científica na Antártida para tentar localizar, examinar e filmar o ‘Endurance’, o navio de Sir Ernest Shackleton, que ficou preso no gelo e se afundou em 1915 no decurso de uma expedição polar.
O The Guardian refere que a expedição Endurance22 vai ser lançada no início do próximo ano, num barco que vai navegar pelas águas geladas da Antártida e que vai abrir caminho por vários quilómetros de gelo.
No entanto, os efeitos das alterações climáticas vão tornar menos difícil a expedição. O facto de o gelo estar a derreter na Antártida vai facilitar a passagem do navio. A bordo vai seguir uma equipa internacional de cientistas especializados no estudo do gelo e do clima, o que vai permitir avanços no conhecimento do meio ambiente na Antártida.
Mensun Bound vai dirigir a expedição. Em 2019, já tinha liderado uma expedição para localizar o ‘Endurance’ que teve de ser interrompida devido às extremas condições climáticas.
“Há uma complexidade de emoções a agitar-me. Por um lado, há um grande entusiasmo. Por outro, nos últimos três anos tive de carregar esta persistente tristeza em mim por não o termos encontrado. Nunca está distante dos meus pensamentos. Aquele navio está sempre a provocar a minha imaginação”, admitiu.
Bound acrescentou que os efeitos do aquecimento global na Antártida são “absolutamente devastadores”, mas que o derretimento do gelo “vai melhorar as hipóteses” de descobrir o naufragado ‘Endurance’.
A tentativa de Sir Ernest Shackleton de atravessar a Antártida tornou-se um símbolo da exploração polar mas também um épico de sobrevivência em condições muito adversas. Apesar de o ‘Endurance’ ter ficado preso e ter naufragado, toda a tripulação do navio – 28 pessoas – sobreviveu.
Acredita-se que o ‘Endurance’ está a uma profundidade de três mil metros. O navio poderá estar bem preservado devido ao frio extremo, à ausência de luz e à relativa falta de oxigénio.
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