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Centenas de migrantes em greve de fome pedem ajuda ao Governo belga

Centenas de migrantes que vivem na Bélgica há anos estão em greve de fome há mais de um mês para pressionar o Governo a dar autorizações de residência para que possam ter acesso a serviços básicos.

Centenas de migrantes em greve de fome pedem ajuda ao Governo belga
Notícias ao Minuto

12:47 - 30/06/21 por Lusa

Mundo Bélgica

A greve de fome começou em abril em duas universidades e uma igreja de Bruxelas, iniciada por migrantes desesperados para obter documentos de residência para continuar a viver na Bélgica e melhorar as suas vidas num país onde alguns dizem que trabalham e vivem há mais de uma década.

Para destacar o seu desespero, alguns grevistas coseram os lábios esta semana e só bebem pequenas quantidades de líquidos através de uma palhinha.

As estimativas apontam para 400 participantes nesta greve, mas o secretário de Estado da Migração e Asilo belga, Sammy Mahdi, referiu que o número de grevistas não ultrapassa as 200 pessoas.

Mahdi garantiu que está a tentar acelerar e melhorar o processo de legalização para pessoas que querem permanecer na Bélgica, mas recusa-se a ceder aos apelos dos grevistas para que os seus casos sejam tratados com prioridade.

"Dizem que há 150 mil pessoas a morar aqui ilegalmente e as 200 pessoas que decidiram parar de comer devem ser regularizadas individualmente? Qual seria o resultado? Uma semana depois teríamos 200, 2.000, 20.000 pessoas a fazer exatamente o mesmo", argumentou.

"Esta não é a forma de resolver as coisas", disse.

A Bélgica, como vários outros países europeus ricos, tem uma relação ambivalente com a migração.

Desde 1960, muitos foram convidados a trabalhar e ajudar a construir Estados em todo o continente, mas poucos migrantes foram totalmente aceites na sociedade e muitos acabaram por se tornar alvos de discriminação ou mesmo racismo quando as economias caíram a pique.

Muitos dos que estão em greve de fome alegam que trabalham há anos na economia paralela de um país de 11,5 milhões de habitantes, onde não têm proteção social e muitas vezes estão à mercê de patrões sem escrúpulos.

Os parceiros da coligação socialista e ecologista no poder pediram uma abordagem mais flexível no tratamento dos processos das pessoas em greve, até porque as tensões estão a aumentar entre os sete parceiros da coligação que compõe o Governo desde outubro.

Um dos problemas é que o programa de Governo não é específico sobre a maneira de ligar com a legalização de migrantes, situação que piora de dia para dia com as imagens divulgadas dos três locais em Bruxelas onde estão os grevistas.

Centenas de pessoas com um ar cada vez mais desesperado, algumas já incapazes de se levantar, aumentam o sentido de urgência em encontrar uma solução.

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