Sanções à Bielorrússia não são uma "varinha mágica"
O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, reconheceu hoje que as sanções impostas à Bielorrússia não são uma "varinha mágica", mas servem para "fazer pressão" e "mudar o comportamento" do regime de Alexander Lukashenko.
© OLIVIER MATTHYS/POOL/AFP via Getty Images
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"Tomamos este tipo de decisão porque achamos que pode ajudar: (...) não é automático nem certo, mas é uma maneira de pôr pressão e as sanções económicas põem muita pressão", sublinhou Josep Borrell.
O alto representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança falava em conferência de imprensa após o Conselho de Negócios Estrangeiros, que decorreu hoje no Luxemburgo, e onde os chefes das diplomacias europeias concordaram em adotar o quarto pacote de sanções contra a Bielorrússia, que visa 78 indivíduos, incluindo oito ministros.
Além do pacote em questão, Borrell sublinhou que foram também aprovadas opções para impor sanções económicas à Bielorrússia, que ainda não foram adotadas, mas que deverão sê-lo "rapidamente" após o Conselho Europeu dar "orientações" sobre o tema.
"Não implementámos as sanções económicos inicialmente, porque sabemos que estas afetam não apenas as pessoas que queremos visar, mas toda a gente, porque afetam a economia", salientou Borrell.
O chefe da diplomacia frisou também que, assim que as sanções económicas forem aprovadas, "irão influenciar o comportamento" dos responsáveis bielorrussos porque irão "criar danos à economia do país".
"E não excluo um quinto pacote de sanções, porque é a maneira que temos para influenciar o comportamento dos responsáveis pelo que está a acontecer na Bielorrússia. (...) Não é uma varinha mágica, mas é a ferramenta que temos", salientou.
Numa reunião que, da parte da manhã, contou também com a participação da líder da oposição bielorrussa, Svetlana Tikhanovskaya, Borrell referiu que a opositora apelou a que a UE introduza mais sanções ao regime bielorrusso, nomeadamente às empresas estatais, tendo apresentado "uma lista das empresas" que acha que deveriam ser visadas.
"Ouvimos atentamente a sua avaliação da situação atual e os seus apelos para que a UE mantenha uma posição determinada. Como transmitimos a Tikhanovskaya, a UE mantém-se pronta para ajudar uma futura Bielorrússia democrática, com um plano de apoio económico abrangente de três mil milhões de euros" preparado, acrescentou o alto representante.
O Conselho adotou hoje o quarto pacote de sanções da UE contra o regime da Bielorrússia, sancionando 78 indivíduos, incluindo dois ministros, e oito entidades envolvidas em violações de direitos humanos e o desvio forçado de um voo comercial.
As medidas restritivas dirigidas à Bielorrússia passam então a aplicar-se a um total de 166 pessoas e 15 entidades, que estão sujeitos ao congelamento de bens e impedidos de receber fundos de cidadãos ou empresas da UE, ficando ainda os indivíduos sancionados impedidos de viajar para ou pelo território comunitário.
No início do mês, o Conselho já adotara a decisão de fechar o espaço aéreo e aeroportos a aeronaves da Bielorrússia, na sequência do desvio e aterragem forçada do voo da Ryanair entre Atenas e Vilnius, tal como determinaram os chefes de Estado e de Governo da UE numa cimeira celebrada em 24 e 25 de maio, em Bruxelas, logo após o incidente.
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