Myanmar: Militares censuram "governo democrático" com corte de Internet

A Junta Militar do Myanmar (antiga Birmânia) boicotou hoje, ao cortar o sinal da rede de Internet no país, a primeira conferência de imprensa do Governo de Unidade Nacional, formado por políticos e ativistas pró-democracia contra o regime golpista.

Min Aung Hlaing, líder da junta militar de Myanmar

© Ed Wray/Getty Images

Lusa
04/06/2021 18:22 ‧ 04/06/2021 por Lusa

Mundo

Myanmar

De acordo com o Observatório da Internet Netblocks, o tráfego na Internet caiu para 25% do seu nível habitual, entre as 11:30 e as 12:30 (18:00-19:00 em Lisboa), ao mesmo tempo que se realizava a conferência de imprensa de vários membros do Governo de Unidade Nacional (NUG, no acrónimo em inglês). 

O ministro da Cooperação Internacional do NUG, Salai Maung Taing San, insistiu que o Myanmar só alcançará a estabilidade necessária para o seu desenvolvimento "quando o pesadelo terminar", referindo-se ao regime militar instaurado.

Salai San, mais conhecido por doutor Sasa, detalhou alguns dos principais objetivos do seu gabinete, que incluem "a erradicação da ditadura militar", o que implicaria o estabelecimento de um sistema democrático "para todo o povo de Myanmar, independentemente da raça, cor ou religião" e a criação de novas forças armadas para substituir o exército que tomou o poder no dia 01 de fevereiro. 

O ministro apelou aos Governos internacionais para se reunirem com o NUG e a líder deposta Aung San Suu Kyi porque "qualquer discussão sobre o povo do Myanmar deve incluir o povo do Myanmar". 

Sasa contactou também membros do grupo étnico rohingya, que estão a ser perseguidos e cuja cidadania será reconhecida pelo NUG.

O Governo de Unidade Nacional, formado no dia 16 de abril, inclui membros de minorias étnicas e apelou à guerrilha, com o objetivo de formar um exército federal para enfrentar o General Min Aung Hlaing e o regime ditatorial.

O exército justificou o golpe por uma alegada fraude eleitoral nas eleições de novembro, ganhas, tal como em 2015, pelo partido liderado pela Prémio Nobel da Paz Aung San Suu Kyi, com observadores internacionais a negarem a existência de qualquer fraude.

Leia Também: Myanmar: Ko Phyo perdeu perna nos conflitos. Agora, refaz assim a vida

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