A declaração foi aprovada numa reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas, em que os signatários consideram tratar-se de um incidente "sem precedentes e inaceitável" e que os responsáveis devem ser "responsabilizados".
A Estónia, França, Irlanda, Noruega, Reino Unido e Estados Unidos, apoiados também por dois antigos membros do Conselho de Segurança, Alemanha e Bélgica, condenaram "veementemente" o incidente e exigiram a "libertação imediata" do "jornalista independente" Roman Protasevich e da sua namorada russa Sofia Sapega, ambos detidos em Minsk após o avião da Ryanair ter aterrado.
A reunião do Conselho de Segurança da ONU, que decorreu em formato virtual e à porta fechada, foi convocada com caráter de urgência pela Estónia, França e Irlanda.
A obrigação de o avião aterrar, "em bases falsas", em Minsk, "põe em perigo a segurança da aviação", acrescenta-se no comunicado.
"Estes atos constituem um flagrante ataque à segurança da aviação civil internacional e à segurança europeia e testemunham um flagrante desrespeito pelo direito internacional", afirma o texto.
A declaração acontece na véspera da reunião do corpo diretivo da ICAO, se se encontrará quinta-feira de emergência para analisar o incidente.
"O presidente do Conselho da ICAO convocou uma reunião de emergência dos 36 representantes diplomáticos do Conselho para 27 de maio, após o incidente envolvendo o voo FR4978 da Ryanair no espaço aéreo da Bielorrússia", publicou na rede social Twitter a agência, com sede em Montreal, no Canadá, sem mais pormenores.
A Bielorrússia sustenta que o avião, que fazia a ligação aérea entre Atenas e Vílnius, foi desviado domingo para Minsk após uma ameaça de bomba a bordo.
Fontes diplomáticas citadas pela agência noticiosa France-Presse (AFP) indicaram que os promotores da reunião do Conselho de Segurança não tentaram obter uma declaração conjunta do órgão, tendo em conta a oposição da Rússia.
Desde domingo que Moscovo tem dado apoio explícito à Bielorrússia.
Durante a reunião do Conselho, o vice-embaixador russo, Dmitry Polyanskiy, usou a frase "notícias falsas" para descrever a forma como europeus e norte-americanos têm tratado o assunto, e reafirmou o apoio da Rússia às explicações de Minsk.
Recordando que vários países já tomaram medidas sancionatórias contra a Bielorrússia, os signatários da declaração indicaram, sem pormenorizar, que irão intensificar os esforços, nomeadamente coordenando as políticas de sanções, "para garantir que as autoridades bielorrussas assumam a responsabilidade pelas suas ações".
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