"Existe um grande risco" que "os Estados Unidos levantem as sanções" relacionadas com este projeto, declarou Zelensky.

"Isso significará a derrota dos Estados Unidos e a derrota pessoal do Presidente Biden (...) e uma vitória geopolítica da Rússia", considerou.

A Ucrânia opõe-se há muito ao projeto ao gasoduto Nord Stream 2, que contorna o país para fornecer diretamente a Europa com gás russo. Desta forma, Kiev arrisca-se a perder importantes rendimentos provenientes do trânsito de gás no seu território.

Para os críticos do projeto, a consumação deste gasoduto significa abandonar a Ucrânia, um aliado do Ocidente que se tem confrontado com diversas ofensivas da Rússia, em particular a anexação da Crimeia e uma guerra com os separatistas pró-russos do Leste.

Na perspetiva dos defensores do projeto, com a Alemanha na primeira linha, o gasoduto submarino, o segundo a atravessar o mar Báltico, é um projeto estritamente comercial que não deve ser associado a considerações políticas.

Na quarta-feira, os Estados Unidos anunciaram que vão renunciar à imposição de sanções contra a empresa Nord Stream 2 AG que participa na construção do gasoduto submarino entre a Rússia e a Alemanha -- subsidiária da gigante russa Gazprom e com sede na Suíça -- e ainda ao seu presidente, Matthias Warnig.

Esta decisão contrasta com as firmes declarações emitidas em março pelo do secretário de Estado norte-americano Antony Blinken, quando reafirmou a oposição dos EUA ao gasoduto qualificado de "mau projeto para a Alemanha, para a Ucrânia e para os nossos aliados e parceiros da Europa central e oriental".

Em Moscovo, a Rússia qualificou pelo contrário a decisão dos EUA de não imporem sanções à empresa Nord Stream 2 AG, gestora do gasoduto, como um "sinal positivo".

"É sem dúvida um sinal positivo", disse hoje o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, na sua conferência de imprensa telefónica diária.

Peskov assinalou que a decisão norte-americana "não criará obstáculos adicionais a superar", mas sublinhou que "o projeto, apesar de todas as dificuldades, estava a avançar".

"Nós e os nossos parceiros internacionais desde projeto estamos convencidos que este não pode ser submetido a pressões de países terceiros. Isso é ilegal e não corresponde às normas comerciais internacionais", acrescentou.

O porta-voz da Presidência russa acrescentou que a concretização do projeto corresponde aos interesses da Rússia e de todos os países participantes.

Apesar de Washington ter prescindido de sancionar a gestora do gasoduto, elaborou uma lista de empresas que participam na construção do Nord Stream 2 e que vão ser submetidas a restrições.

Em comunicado, Antony Blinken assinalou que o seu país continua a opor-se a esta infraestrutura.

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