O Embraer 190 despenhou-se na Namíbia, quando fazia a ligação entre Maputo e Luanda, matando todos os 33 ocupantes, incluindo sete cidadãos portugueses.
Os resultados preliminares do inquérito ao desastre apuraram ter havido "uma clara intenção" do comandante do avião de provocar a queda do aparelho, sugerindo ter-se tratado de suicídio.
A definição das causas do acidente está, contudo, dependente dos resultados finais do inquérito, que ainda está em curso.
Em carta divulgada hoje no semanário Savana, a AMOPAR acusa a comissão de inquérito, liderada pelas autoridades namibianas, na qualidade de país onde ocorreu o acidente, de violar as normas da ICAO, acusando os investigadores de não terem qualquer base para os resultados preliminares que avançam.
"O comandante realizou procedimentos antes do despenhamento, com vista a evitá-lo, tais como: acionou manualmente o seletor de altitude por três vezes, de 38.000 pés para uma altitude de 592 pés (abaixo do nível do solo); acionou manualmente o seletor de potência e, automaticamente, as manetes de potência reduziram para o regime de ralenti", diz a AMOPAR.
De acordo com a organização, o comandante acionou a abertura dos "spoilers" (superfícies de resistência aerodinâmicas), os quais se mantiveram nessa posição até ao final da gravação dos parâmetros.
Para a organização, os procedimentos seguidos pelo comandante da aeronave constam do "Manual dos Procedimentos Operacionais Standard das aeronaves Embraer 170/175 e Embraer 190/195, equipadas com motores da série CF34- -8E e CF34-10E".
Na carta, os operadores aéreos moçambicanos referem que o Relatório Preliminar não esclarece o sentido de "clara intenção do piloto" de provocar a queda do avião, mesmo reconhecendo, adianta a organização, que o mesmo tinha conhecimento dos sistemas automáticos do avião e enfrentou uma situação de emergência ainda por esclarecer pela investigação.