"Esta mão humana [por detrás dos raptos] que é contra o desenvolvimento semeia terror e dor, luto e cria desinvestimento, dá uma imagem de um Moçambique instável", declarou Agostinho Vuma, em entrevista à agência Lusa.
Vuma avançou que há investidores estrangeiros que desistem de fazer negócios em Moçambique devido ao receio de raptos e à insegurança.
O presidente da CTA, a principal associação patronal em Moçambique, comparou o efeito dos raptos no ambiente de negócios ao dos ataques armados em Cabo Delgado, apontando que são formas de violência que tornam o país desinteressante para os investimentos.
"Esta onda [também se assemelha] àquilo que se está a ver em Palma [com ataques armados]", afirmou, assinalando que com os raptos também "são limitadas as liberdades e necessidades mais básicas do ser humano".
Os raptos em Moçambique, prosseguiu, continuam, porque há impunidade e os seus autores raramente são encontrados.
Agostinho Vuma avançou que a CTA criou um pelouro ligado à defesa e segurança para produzir "sugestões" para o Governo sobre como estancar a onda de raptos e a insegurança, no geral.
Após algumas semanas de acalmia, Maputo voltou a registar este tipo de delitos, com o rapto no domingo de um homem de nacionalidade indiana, numa das avenidas da capital, e de uma mulher, 49 anos, com nacionalidade portuguesa, à saída do Consulado Geral de Portugal, em Maputo, na terça-feira.
No ano passado, as autoridades moçambicanas registaram mais de 10 raptos, cujas vítimas são empresários ou seus familiares.
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