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Irão anuncia suspensão de cooperação com UE após renovação de sanções

O Irão condenou hoje "fortemente" as novas sanções impostas pela União Europeia (UE) e anunciou a suspensão de "todo o diálogo sobre os direitos humanos" com os 27, bem como a "cooperação daí resultante".

Irão anuncia suspensão de cooperação com UE após renovação de sanções
Notícias ao Minuto

20:08 - 12/04/21 por Lusa

Mundo Irão

A medida surge como retaliação ao anúncio, hoje, de novas sanções impostas por Bruxelas contra oito responsáveis iranianos acusados pela UE de envolvimento na violenta repressão das manifestações realizadas em novembro de 2019, lê-se num comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano.

"Rejeitamos tais ações por parte daqueles que enganosamente afirmam ser os defensores dos direitos humanos, aqueles mesmos que, por razões políticas, não apenas permaneceram calados diante da violação dos direitos do Povo iraniano através das sanções ilegais impostas pelos Estados Unidos (...), como também cooperaram com eles [Washington]", disse o porta-voz da diplomacia iraniana, Saïd Khatibzadeh.

"O Irão suspende todo o diálogo sobre os direitos humanos com a UE e toda a cooperação daí resultante, em particular [em questões de] terrorismo Segundo o texto, a suspensão do diálogo e cooperação afeta os domínios do "terrorismo, [da luta contra o tráfico de] droga e refugiados", acrescentou Khatibzadeh.

Ao denunciar unilateralmente em 2018 o acordo nuclear internacional iraniano, assinado em Viena em 2015, os Estados Unidos impuseram novamente as sanções contra o Irão.

Até à sua saída da Casa Branca, em janeiro, o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump perseguiu uma política de "pressão máxima" contra o Irão, com sanções económicas adicionais, consideradas um "fracasso" pelo seu sucessor Joe Biden. 

O Conselho da UE decidiu hoje prolongar por mais um ano as sanções impostas ao Irão, por "graves violações dos direitos humanos", alargando ainda a lista de visados após incidentes de 2019. 

O Conselho da UE, que está este semestre sob presidência portuguesa, decidiu prolongar até 13 de abril de 2022 as medidas restritivas impostas ao Irão "em resposta às graves violações dos direitos humanos", segundo o regulamento hoje assinado pela secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Ana Paula Zacarias.

"Em 08 de dezembro de 2019, o alto-representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança emitiu uma declaração em nome da União lamentando o uso generalizado e desproporcionado da força pelas forças de segurança iranianas, que redundou num elevado número de mortos e feridos no âmbito da resposta às manifestações de novembro de 2019", refere o regulamento, como fundamento para o alargamento da lista de visados pelas sanções.

As medidas da UE incluem proibições de viajar e o congelamento de bens, bem como a interdição das exportações para o Irão de equipamento que possa ser utilizado para fins de repressão interna e de equipamento de controlo das telecomunicações, segundo o comunicado.

Além disso, os cidadãos e empresas da UE estão proibidos de disponibilizar fundos para os 89 indivíduos (oito acrescentados hoje) e quatro entidades (mais três desde hoje) constantes da lista.

As medidas foram postas em prática pela primeira vez em 2011 e têm sido alargadas desde então numa base anual.

As pessoas, entidades e organismos hoje acrescentadas estarão implicadas na resposta violenta às manifestações de novembro de 2019 no Irão e inclui responsáveis do Corpo dos Guardas da Revolução Islâmica e da polícia iraniana e três estabelecimentos prisionais.

O anúncio de novas sanções europeias ocorre no momento em que a UE lidera as discussões em Viena para permitir que os Estados Unidos regressem ao acordo de 2015 e obtenham o levantamento das sanções impostas ou reimpostas por Washington contra a República Islâmica. 

O presidente iraniano ameaçara já repetidamente a Europa de cessar toda a cooperação na luta contra o tráfico de drogas e contra os fluxos migratórios. 

A ONU tem elogiado regularmente a ação do Irão ao receber refugiados afegãos (vários milhões) no país.

O Irão, que está na rota do tráfico de drogas produzidas no Afeganistão, anuncia regularmente a apreensão de grandes quantidades de opioides.

Leia Também: EUA garantem que não estão envolvidos no ataque a central nuclear no Irão

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