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Dois jornalistas marroquinos iniciaram greve de fome na prisão

Dois jornalistas marroquinos, detidos preventivamente há oito e 10 meses, respetivamente, e a aguardar julgamento, entraram em greve de fome para exigir a sua libertação provisória, anunciaram hoje os seus advogados.

Dois jornalistas marroquinos iniciaram greve de fome na prisão
Notícias ao Minuto

19:46 - 12/04/21 por Lusa

Mundo Marrocos

Omar Radi e Soulaimane Raissouni têm visto a justiça marroquina recusar várias vezes a libertação provisória, sendo acusados de, em processos diferentes, publicar artigos críticos ao regime do rei Mohamed VI.

As autoridades marroquinas argumentam que, em Marrocos, é respeitada a independência do poder judicial e a conformidade dos procedimentos.

Soulaimane Raissouni iniciou quinta-feira passada um "jejum de protesto", iniciativa seguida por Omar Radi um dia depois, indicou Miloud Kandil, um dos advogados, numa conferência de imprensa em Casablanca (90 quilómetros a sudoeste de Rabat).

Segundo Kandil, os dois jornalistas exigem a libertação provisória "visto que reúnem as condições" para a obter e "desejam um julgamento justo".

Radi, 34 anos, conhecido pelo seu compromisso com os direitos humanos, está a ser acusado num caso duplo de estupro e espionagem. 

O seu julgamento foi adiado para 27 de abril após uma breve audiência no início deste mês.

Raissouni, 48 anos, editor-chefe do jornal Akhbar Al-Yaoum - que encerrou a publicação em meados de março por motivos financeiros --, é acusado de "atentado ao pudor com violência" e "sequestro", após uma denúncia feita por um ativista da causa LGBT.

O julgamento deveria ter-se realizado a 09 de fevereiro passado, mas foi adiado por duas vezes. A próxima audiência está marcada para quinta-feira, da 15.

Num comunicado, a administração da prisão indicou que tentou dissuadi-lo de iniciar uma greve de fome devido às "graves consequências da decisão" para o estado de saúde de Raissouni. 

Face à recusa, Raissouni "foi colocado sob supervisão médica", acrescentou a administração do estabelecimento prisional.

As greves de fome de Raissouni e de Radi ocorrem depois de o historiador franco-marroquino Maâti Monjib, que também esteve três meses em prisão preventiva, mas no âmbito de uma investigação por "lavagem de dinheiro", ter sido libertado sob fiança no final de março após ter cumprido 19 dias de greve de fome.

O também ativista de direitos humanos, de 60 anos, foi condenado a um ano de prisão a 27 de janeiro por "fraude" e "perigo para a segurança do Estado" após um julgamento iniciado em 2015, repetidamente adiado e concluído sem que os seus advogados pudessem argumentar. 

Os advogados de Monjib apresentaram um recurso, que deveria ter sido analisado a 08 deste mês, mas acabou adiado para 10 de junho.

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