Moçambique alerta para "importação" de variante durante a Páscoa
O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, alertou hoje para o risco de o país ter importado uma nova variante de covid-19 devido ao fluxo migratório proveniente da África do Sul durante a Páscoa, apelando ao cumprimento rigoroso das medidas de prevenção.
© Lusa
Mundo Covid-19
"No período que antedeu a Páscoa, entraram no país milhares de concidadãos moçambicanos e sul-africanos vindo da República da África do Sul. Este movimento migratório poderá resultar na importação de casos de covid-19 e consequente alastramento de cadeias de transmissão de uma variante do novo coronavírus", declarou Nyusi.
O chefe de Estado moçambicano lançou o aviso na comunicação que fez hoje à nação por ocasião do balanço mensal das medidas de combate à pandemia.
"Os efeitos deste alastramento poderão manifestar-se nas próximas semanas", enfatizou.
Lembrando que Moçambique enfrentou uma situação dramática devido ao novo coronavírus entre janeiro e fevereiro, Filipe Nyusi apelou ao país para o cumprimento rigoroso das medidas de prevenção de covid-19.
"Não podemos permitir que se coloque em risco todo o trabalho e esforço até aqui consentidos", frisou.
O chefe de Estado salientou que o país conseguiu reverter a subida exponencial de óbitos, infeções e internamentos por covid-19, mas esse desempenho está a acontecer a um ritmo lento, o que desaconselha o alívio das restrições impostas no início do ano.
Na comunicação que fez hoje, Filipe Nyusi anunciou o alargamento do recolher obrigatório a mais seis cidades, devido ao aumento da taxa de positividade de covid-19 e manteve as restrições em vigor desde o início do ano face à pandemia.
"Face ao aumento da taxa de positividade nas últimas semanas ao nível das províncias de Gaza, Sofala, Manica, Tete, Cabo Delgado e Niassa, o recolher obrigatório atualmente em vigor na área metropolitana do grande Maputo é estendido para todas as cidades capitais" daquelas províncias, afirmou o chefe de Estado moçambicano.
Nesse sentido, passam a estar sob recolher obrigatório as cidades de Manica, capital da província de Manica, cidade de Tete, capital de Tete, Xai-Xai, capital de Gaza, Pemba, capital de Cabo Delgado, e Lichinga, capital de Niassa.
A medida vai entrar em vigor a partir das 0:00 (22:00 de Lisboa) do dia 06 deste mês, acrescentou.
Além de estender o recolher obrigatório às capitais das seis províncias, o Presidente moçambicano mantém essa medida para a região metropolitana de Maputo, que vinha sob esta restrição há 60 dias.
Mas a decisão presidencial vem com uma novidade: o recolher obrigatório passa a vigor a partir das 22:00 e não 21:00, como acontecia na região metropolitana de Maputo.
Além de estender a limitação na circulação de pessoas às seis cidades, Filipe Nyusi anunciou a manutenção das medidas em vigor desde o início do ano, justificando com a necessidade de "evitar que se repita a situação dramática que o país viveu nos meses de janeiro e fevereiro do corrente ano".
Nesse sentido, mantém o horário no comércio entre 09:00 e as 19:00 de segunda a sábado e até às 16:00 no domingo - sendo que restaurantes devem encerrar até às 20:00 todos os dias.
Os locais de culto, celebrações religiosas, conferências e reuniões continuam fechados e são interditos eventos sociais privados.
No desporto, continua suspenso o Moçambola e são proibidos jogos recreativos e de escalões amadores.
São exigidas medidas para impedir aglomerações em locais de atendimento público, com responsabilização das chefias dos serviços, caso aconteçam.
O uso de viseira não dispensa o uso de máscara, que já é de uso obrigatório no espaço público.
"Decorrente da implementação das medidas restritivas, temos observado uma redução do número de casos, internamento e óbitos. Esta redução tem sido progressiva, mas acontece a um ritmo lento", destacou.
Moçambique contabiliza 782 óbitos e 68.227 casos, dos quais 83% recuperados.
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