O relatório dos especialistas das Nações Unidas encarregados de verificar a aplicação de sanções internacionais impostas à Líbia, incluindo um embargo à venda de armas considerado "totalmente ineficaz" no documento, não avança os nomes que figuram num anexo, que se mantém secreto.
"O grupo de especialistas apurou que pelo menos três políticos ou empresários líbios que concorreram ao cargo fizeram essas ofertas, que os ditos participantes do fórum rejeitaram categoricamente", lê-se no relatório na versão francesa, remetendo para o "Anexo Confidencial 13".
Segundo um extrato do "Anexo 13" que a agência noticiosa France-Presse (AFP) teve acesso a 28 de fevereiro, dois membros do Fórum de Diálogo Político (FDPL) ofereceram "ofertas de suborno de 150.000 a 200.000 dólares (entre 125.700 e 167.600 euros) a pelo menos três participantes em troca de um compromisso de voto em [Abdelhamid] Dbeibah como primeiro-ministro".
"Um [dos que foram alvo de tentativa de suborno] explodiu de raiva no 'hall' de um hotel de Tunes quando soube que alguns participantes poderiam ter recebido entre 400.000 e 500.000 dólares [entre 335.200 e 419.000 euros] pelos votos a favor de Dbeibah, quando nem sequer aceitou receber os 200.000 dólares que lhe foram oferecidos", lê-se no 'Anexo 13'.
No início de fevereiro passado, os 75 participantes no fórum nomearam uma autoridade interina composta pelo milionário Dbeibah, como primeiro-ministro, e um Conselho Presidencial de três membros.
Já a 02 deste mês, num comunicado conjunto, o Conselho Presidencial e o Dbeibah apelaram ao Comité de Peritos da ONU encarregado do embargo à venda de armas e das sanções à Líbia a "publicar o inquérito sobre as alegações de corrupção" durante o fórum.
Dbeibah, que obteve a 10 deste mês um voto de confiança do Parlamento, foi empossado segunda-feira no cargo de primeiro-ministro, tal como o respetivo elenco governamental.
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