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Países estão "muito longe" de cumprirem compromissos do Acordo de Paris

Os estados que integram o Acordo de Paris estão "muito longe" de cumprirem os seus últimos compromissos climáticos, alertou hoje o secretário-geral da ONU, que apelou aos principais países emissores para passarem das palavras aos atos.

Países estão "muito longe" de cumprirem compromissos do Acordo de Paris
Notícias ao Minuto

14:48 - 26/02/21 por Lusa

Mundo ONU

"A ciência é clara. Para limitar o aumento das temperaturas a 1,5 graus, devemos reduzir as emissões em 45% até 2030, em relação aos valores de 2010", salientou António Guterres num comunicado divulgado pela ONU.

Considerando 2021 como um ano decisivo na emergência climática global, o secretário da Organização das Nações Unidas (ONU) sublinhou ainda que o relatório intercalar sobre os compromissos climáticos apresentados ao abrigo do Acordo de Paris sobre redução de emissões de gases com efeito de estufa "é um alerta vermelho para o planeta".

Uma das principais metas estabelecidas em 2015 pelo Acordo de Paris era limitar o aumento da temperatura média mundial "bem abaixo" dos dois graus celsius em relação aos níveis pré-industriais e em envidar esforços para limitar o aumento a 1,5 graus.

Os cerca de 200 signatários do pacto climático de 2015 tiveram de apresentar, antes de 31 de dezembro de 2020, a sua revisão compromissos, denominados "Contribuição Nacionalmente Determinada" (NDC).

Apenas 75 países, incluindo Estados-membros da União Europeia, apresentaram os seus novos compromissos, respondendo apenas por cerca de 30% das emissões globais.

De acordo com a ONU, o impacto combinado dessas novas contribuições constituiria uma redução de menos de 1% nas emissões até 2030, um valor que fica muito aquém dos 45% necessários para se atingir os 1,5 graus, conforme estimado pelos especialistas da área do clima.

"É incrível pensar que, enquanto as nações enfrentam uma emergência que pode acabar por erradicar a vida humana neste planeta, e apesar de todos os estudos, relatórios e advertências de cientistas de todo o mundo, muitos países continuam determinados em manter o seu `status quo´", disse a responsável pela área do clima na ONU, Patrícia Espinosa.

Segundo António Guterres, os maiores países emissores devem apresentar metas de redução de emissões muito mais ambiciosas para 2030 nas suas contribuições nacionais ainda antes da conferência do clima de Glasgow (COP26)", prevista para novembro.

A ONU pretende apresentar um novo relatório de avaliação dos NDC antes da realização da COP26.

A temperatura no planeta aumentou um pouco mais de um grau até agora, suficiente para causar um aumento de eventos climáticos extremos, como ondas de calor, tempestades, secas e inundações.

Entre os mais vulneráveis aos impactos das alterações climáticas estão os países e regiões insulares, que denunciaram uma "chocante falta de entusiasmo e ação real" dos grandes emissores.

"Estamos a chegar perigosamente ao limite de 1,5 graus. São os nossos pequenos estados insulares que pagarão o preço se o acordo não for respeitado", avisou Aubrey Webson, presidente do grupo AOSIS, que representa estes territórios.

Segundo Patrícia Espinosa, diversos países alegam a crise sem precedentes da covid-19 para justificar o adiamento dos seus compromissos com o clima.

"Mas a emergência climática não parou pela pandemia e não vai passar porque há outra emergência", insistiu a responsável da ONU.

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