Ex-PM de Angola critica "bullying racista e xenófobo" contra UNITA

O antigo primeiro-ministro de Angola Marcolino Moco manifestou-se hoje contra o que classificou como "'bullying' racista e xenófobo" à volta do líder da UNITA, Adalberto Costa Júnior, nos últimos dias no país. 

Anúncio de Eduardo dos Santos ainda não garante "nova vida" em Angola - Ex-PM Marcolino Moco

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Lusa
07/02/2021 19:22 ‧ 07/02/2021 por Lusa

Mundo

UNITA

Marcolino Mocoprotestou, na sua conta do Facebook,"contra o regresso (ou nunca chegou a ir-se embora?) da política de desqualificação gratuita de 'outras' figuras e ou organizações políticas, pela via mais baixa possível".

Para o ex-secretário-geral do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), ouvir ou insinuar-se que o líder da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), maior partido da oposição angolana, não é angolanoé motivo de preocupação.

"O que quer que seja, insinuar, sequer, que Adalberto Costa Júnior não é angolano, ouvi-lo de várias bocas, e agora pressenti-lo num comunicado do BP [Bureau Político] do MPLA, é algo que me deixa muito preocupado", referiu.

O político sublinha que a sua posição é a mesma que sempre teve perante insinuações de que o ex-Presidente de Angola José Eduardo dos Santos não era angolano.

"Angola, como fenómeno político-administrativo e sociológico moderno é uma realidade muito recente. Por isso, todos nós, a maioria da elite angolana atual, nascemos como portugueses. Os angolanos são pretos, brancos e mestiços. A maioria nasceu em Angola, mas nem todos poderiam ter nascido aqui", recordou Marcolino Moco.

Segundo o ex-primeiro-ministro angolano, Adalberto Costa Júnior "por acaso nasceu em Angola, na atual província do Huambo".

"A nacionalidade (formal) portuguesa,eu, por acaso, hoje não tenho. Mas quantos a têm, por diversas razões, em todos os quadrantes sociais angolanos? Já temos problemas de 'marimbondos' que elegem 'marimbondos'. Não tenhamos agora "portugueses" a elegerem "portugueses", frisou.

Ao terminar a sua reflexão, Marcolino Moco discordou que seja Portugal e os portugueses os culpados dos problemas atuais de Angola, porque "isto é um axioma".

Esta semana começarama ser partilhado nas redes sociais 'posts' com a imagem de Adalberto Costa Júnior e frases que lhe atribuem a nacionalidade portuguesa, nomeadamente: "A SIC apoia o cidadão Adalberto Tuga", Afinal esse Galo é Português?", "O Presidente da UNITA é conterrâneo de Salazar", "É Adalberto Tuga ou Adalberto Júnior?, "Agora a UNITA é um partido português!", "Adalberto Tuga votou nas eleições em Portugal", "Adalberto Tuga tem passaporte europeu" e "Adalberto Tuga Vai Anexar Angola a Portugal".

O BP do MPLA, partido no poder em Angola, na sua declaração sobre os últimos acontecimentos ocorridos em Cafunfo, província da Lunda Norte, ao questionar-se sobre que país os angolanos pretendem para o futuro, responde que é "uma Angola onde os eleitores não sejam surpreendidos com líderes políticos sem escrúpulos, que afinal são cidadãos estrangeiros e por isso executam uma agenda política contrária aos interesses de Angola e dos angolanos".

Em 2019, Adalberto Costa Júnior, quando candidato à liderança da UNITA, no XIII congresso ordinário, abdicou da nacionalidade portuguesa, pelo facto de aConstituição angolana não permitir a dupla nacionalidade para candidatos à Presidente da República.

Leia Também: Presidente do parlamento recusa responsabilidade sobre missão da UNITA

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