Amnistia acusa Governo nigeriano de proteger responsáveis por repressão
A Amnistia Internacional acusou hoje o Governo nigeriano de proteger os responsáveis pela repressão sangrenta do movimento de protesto #EndSARS em Lagos em outubro, que resultou na morte de, pelo menos, uma dúzia de pessoas, segundo a ONG.
© Reuters
Mundo Covid-19
O país mais populoso de África foi abalado em outubro passado por uma onda de manifestações, que exigiam o desmantelamento de uma unidade policial, a Brigada Especial Anti-Roubo (SARS), acusada de abusos. Este movimento, batizado #EndSARS, transformou-se rapidamente em motins contra o poder.
O #EndSARS foi violentamente reprimido, nomeadamente em 20 de outubro em Lagos, quando as forças de segurança dispararam contra uma multidão pacífica reunida numa portagem na capital económica do país, o epicentro dos protestos, matando pelo menos 12 pessoas, de acordo com a Amnistia Internacional (AI).
O exército negou perante uma comissão de inquérito que tivesse utilizado munições reais, alegando que só tinham sido disparadas munições intimidatórias, vazias de projétil.
"As autoridades nigerianas não apresentaram à justiça os responsáveis suspeitos pela repressão brutal levada a cabo pelas forças de segurança contra os manifestantes do #EndSARS nas portagens de Lekki e Alausa em Lagos, em outubro de 2020, e tentaram encobrir a violência", afirma a AI num comunicado emitido hoje, 100 dias após os acontecimentos.
"Desde o ataque das forças de segurança, que deixou, pelo menos, 12 pessoas mortas, as autoridades nigerianas têm visado os que apoiaram os protestos contra a violência policial da SARS, entretanto extinta", acusa Osai Ojigho, representante da organização para a Nigéria, no mesmo comunicado.
Segundo o mesmo responsável, alguns dos apoiantes do #EndSARS tiveram as suas contas bancárias congeladas.
A AI apela ao Governo nigeriano para que "suspenda os responsáveis" entretanto acusados da autoria e prática de violências, enquanto se aguarda a conclusão de investigações, e assegure que as vítimas terão acesso à justiça.
De acordo com a Amnistia Internacional, pelo menos 56 pessoas foram mortas em todo o país durante as semanas de protestos.
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