Segundo uma nota publicada na página de internet do INP, um navio chegou na terça-feira à Pemba, capital provincial, para apoiar as atividades da MRV, e o reinício da perfuração fica agora sujeito a meras formalidades, entre aspetos alfandegários, de carregamento do material e embarque da tripulação remanescente.
"Refira-se que as atividades de perfuração iniciaram em setembro de 2019, contudo, sofreram um interregno em abril de 2020, devido as medidas restritivas impostas pelo contexto pandémico", refere a nota, acrescentando que a construção da plataforma flutuante na Coreia do Sul prossegue e a produção de Gás Natural Liquefeito (GNL) continua programada para 2022.
A plataforma é uma embarcação de grandes dimensões que ficará estacionada ao largo da província de Cabo Delgado para extrair o gás natural através de seis poços na base oceânica, transformá-lo em líquido de modo a ser exportado por barco.
O Plano de Desenvolvimento aprovado prevê que esta plataforma venha a produzir 3,4 milhões de toneladas por ano (mtpa) de gás natural.
A Área 4 é operada pela Mozambique Rovuma Venture (MRV), uma 'joint venture' em copropriedade da ExxonMobil, Eni e CNPC (China), que detém 70% de interesse participativo no contrato de concessão.
A portuguesa Galp, a KOGAS (Coreia do Sul) e a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (Moçambique) detêm cada uma participações de 10%.
No início do mês de abril do ano passado, a ExxonMobil anunciou oficialmente o adiamento, sem prazo, da decisão final de investimento para o seu megaprojeto de gás natural na área.
O adiamento deve-se a um corte em 2020 nas despesas de capital em 30% e nas despesas operacionais em 15% devido à queda dos preços do petróleo e derivados, provocada pelo excesso de oferta e baixa procura em consequência da pandemia de covid-19.