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Etiópia: Violência cresce e leva a aumento de refugiados etíopes no Sudão

As autoridades sudanesas alertaram hoje para um aumento do fluxo de etíopes que fogem do conflito armado na região de Tigray devido a um recrudescimento da violência, elevando o número de refugiados no Sudão para mais de 60.000.

Etiópia: Violência cresce e leva a aumento de refugiados etíopes no Sudão
Notícias ao Minuto

15:34 - 04/01/21 por Lusa

Mundo Etiópia

Cartum, 04 jan 2021 (Lusa) -- As autoridades sudanesas alertaram hoje para um aumento do fluxo de etíopes que fogem do conflito armado na região de Tigray devido a um recrudescimento da violência, elevando o número de refugiados no Sudão para mais de 60.000.

"O número de pessoas em fuga devido ao conflito armado, renovado entre os dois lados nos últimos dias, aumentou, de acordo com os testemunhos dos refugiados que chegaram desde o final da semana passada", disse à agência Efe o diretor de emergência da Comissão para os Refugiados nos Estados do Leste, Al Fateh Mokadem.

De acordo com Mokadem, 61.458 cidadãos etíopes já atravessaram a fronteira desde que o conflito eclodiu no início de novembro.

Destes, 42.902 chegaram ao Sudão através do posto fronteiriço de Hamdayet, no estado de Kasala, e 18.556 através do posto fronteiriço de Hashaba no estado de Qadarif, ambos no leste do país, disse.

O Governo etíope proclamou a vitória sobre a região rebelde de Tigray, em 28 de novembro, após pouco mais de três semanas de ofensiva.

Em meados de dezembro, as autoridades sudanesas contavam pouco mais de 51.000 refugiados etíopes no Sudão.

O aumento verificado nos últimos dias levou a que a Comissão para os Refugiados, que faz parte do Ministério do Interior do Sudão, tivesse de abrir um novo campo para pessoas deslocadas na área de Al Tanideba, em Qadarif, após os dois campos onde até agora se encontravam alojados terem ultrapassado em muito os seus limites.

"Esta manhã começámos a deslocar o primeiro grupo de refugiados do posto fronteiriço de Hashaba para o novo campo de Al Tanideba, após o campo de Umm Rakuba ter excedido a sua capacidade", afirmou Mokadem.

Em novembro, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) pediu 147 milhões de dólares para ajudar os refugiados etíopes e estimou que estes poderão chegar aos 100.000 dentro de seis meses.

O primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, Prémio Nobel da Paz em 2019, lançou uma operação militar contra a Frente de Libertação do Povo do Tigray (TPLF) que enfrenta o governo federal, tendo as tensões aumentado desde o princípio do ano.

Abiy acusa a TPLF de responsabilidade no ataque contra duas bases do Exército Federal da Etiópia na região do Tigray.

Não existe um balanço oficial de vítimas mas segundo o International Crisis Group o conflito já "provocou milhares de mortos".

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