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'La Manada'. Supremo confirma condenações por imagens de jovem violada

O Supremo Tribunal espanhol confirmou a sentença que condenou dois arguidos no caso "La Manada" por tirarem fotografias e gravado vídeos da violação coletiva de uma jovem madrilena durante as festas de São Firmino em 2016.

'La Manada'. Supremo confirma condenações por imagens de jovem violada
Notícias ao Minuto

20:15 - 19/12/20 por Lusa

Mundo La Manada

A pena de três anos e três meses de prisão e uma multa de 5.670 euros foram confirmadas para o antigo guarda civil Antonio Manuel Guerrero Escudero e para o ex-militar Alfonso Jesús Cabezuelo, enquanto autores de um crime contra a privacidade, anunciou hoje a agência Efe.

O Supremo Tribunal rejeitou especificamente o recurso interposto pela defesa dos dois arguidos contra a decisão do Tribunal Superior de Justiça de Navarra (TSJN) de 24 de junho de 2020, que, por sua vez, rejeitou o recurso contra a decisão de 19 de novembro de 2019 do Tribunal Provincial de Navarra, que condenou os dois arguidos.

O Supremo Tribunal rejeitou o argumento da defesa de que a jovem de Madrid não tinha apresentado queixa por este crime contra a sua privacidade, e salientou que "o decisivo" nestes casos é que a vítima "externalize o seu desejo de ativar o tratamento jurisdicional do crime sofrido", segundo o texto do acórdão, citado pela agência Efe, algo que, na opinião do tribunal, é "inquestionável" neste caso, uma vez que a vítima se constituiu como acusação privada.

Por outro lado, atendendo às dúvidas expressas pela defesa sobre a intenção dos autores das fotografias e vídeos da agressão sexual, o tribunal entendeu que ambos os arguidos estavam "plenamente conscientes de que as imagens acrescentam, em detrimento da liberdade sexual, uma grave violação do direito à privacidade".

O caso, que ficou conhecido como "La Manada", ocorreu em 2016 nas Festas de São Firmino, em Pamplona, e envolveu cinco homens, que atraíram e violaram uma jovem madrilena, na altura, com 18 anos.

O caso arrasta-se pela justiça espanhola há vários anos e foi objeto de várias revisões dos tipos de crimes e tempos das penas dos acusados, que começaram por ser condenados a nove anos de prisão em abril de 2018, uma pena confirmada em dezembro desse ano, e depois aumentada para 15 anos de prisão em junho de 2019.

Na primeira fase do processo, os cinco homens chegaram a ser colocados em liberdade condicional, o que indignou a opinião pública, que se manifestou nas ruas de várias cidades espanholas. Para além da libertação, os manifestantes insurgiram-se contra o facto de as condenações visarem o crime de abuso sexual e não de violação coletiva, tipo criminal que veio a ser confirmado em terceira instância.

O caso chegou ao Parlamento Europeu, que, perante os resultados do julgamento em primeira instância, instou as autoridades espanholas a seguirem os dispositivos previstos na Convenção do Conselho da Europa para a Prevenção e Combate à Violência contra as Mulheres e a Violência Doméstica.

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