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'Vice' critica embaixada da China após confito com filho de Bolsonaro

O vice-presidente do Brasil, Hamilton Mourão, criticou hoje a embaixada da China no país ao afirmar que o chefe da representação agiu "diplomaticamente errado" ao usar as redes sociais para repudiar uma mensagem de um filho do Presidente brasileiro.

'Vice' critica embaixada da China após confito com filho de Bolsonaro
Notícias ao Minuto

17:06 - 27/11/20 por Lusa

Mundo Brasil

"Acho que, diplomaticamente, está errado isso aí. É a segunda vez que o embaixador chinês reage dessa forma", afirmou Mourão, ao ser questionado sobre a publicação de um comunicado nas redes sociais assinado pelo embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, em resposta a acusações publicadas e sem provas feitas por Eduardo Bolsonaro, um dos filhos do Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, contra o país asiático e a empresa Huawei.

"Dentro das convenções da diplomacia, o camarada [embaixador chinês] se sentindo incomodado com qualquer coisa que tenha ocorrido no país, ou ele escreve uma carta para o ministro de Relações Exteriores ou ele vai ao Itamaraty [ministério] e apresenta suas ponderações. E não via rede social, porque aí vira um carnaval esse negócio", acrescentou.

O vice-presidente brasileiro também defendeu uma nota emitida pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil (Itamaraty) em resposta a críticas da representação diplomática chinesa dizendo que o Governo brasileiro foi "muito correto" ao enviar uma réplica.

Na véspera, Mourão havia dito que o Brasil mantém uma parceria estratégica com a China, que será fundamental no mundo "pós-pandémico", na abertura de um seminário organizado pela Câmara Empresarial Brasil-China, sem mencionar o incidente envolvendo o filho do Presidente.

Na segunda-feira, Eduardo Bolsonaro divulgou nas suas redes sociais uma mensagem festejando a adesão do Brasil à iniciativa Rede Limpa, lançada pelos Estados Unidos da América para criar uma aliança global "por um 5G seguro, sem espionagem da China".

O deputado acrescentou ainda um comentário sobre o "comportamento perigoso" da empresa chinesa Huawei, que pretende participar na licitação das faixas de 5G que o Brasil vai realizar no próximo ano, acusação que foi imediatamente objeto de resposta pela embaixada da China no Brasil.

Também através das redes sociais, a embaixada da China afirmou que o deputado Eduardo Bolsonaro e outras "personalidades" do Brasil "produziram uma série de declarações infames que desrespeitam a cooperação sino-brasileira, o benefício mútuo que ela promove" e quebram uma "atmosfera amigável".

O Governo chinês acrescentou que essas posições seguem a "retórica da extrema direita norte-americana" e que os responsáveis "vão arcar com as consequências negativas e a responsabilidade histórica de perturbar a normalidade da aliança China-Brasil".

A embaixada da China, por sua vez, recebeu resposta do Itamaraty, que criticou o uso das redes sociais "para tratar de assuntos de interesse comum" e alertou que essa não é uma prática "construtiva".

O ministério brasileiro considerou que a situação cria "atritos desnecessários" que "só atendem aos interesses daqueles que, por acaso, não desejam promover boas relações entre Brasil e China" e também que a embaixada asiática usou um tom "ofensivo e desrespeitoso".

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