Meteorologia

  • 23 ABRIL 2024
Tempo
15º
MIN 13º MÁX 24º

Amigo diz que Khashoggi era ameaçado por conselheiro do príncipe saudita

Um amigo de Jamal Khashoggi, assassinado em 2018 em Istambul, disse hoje que o jornalista saudita recebeu ameaças de um conselheiro do príncipe herdeiro bin Salman, de acordo com relatos dos 'media' sobre o julgamento.

Amigo diz que Khashoggi era ameaçado por conselheiro do príncipe saudita
Notícias ao Minuto

12:53 - 24/11/20 por Lusa

Mundo Jamal Khashoggi

Vinte sauditas, incluindo dois familiares do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, conhecido como MBS, estão a ser julgados à revelia em Istambul pelo assassínio de Khashoggi no consulado árabe em Istambul em outubro de 2018, tendo decorrido hoje a segunda audiência.

No tribunal, Ayman Nour, um opositor egípcio próximo de Khashoggi, disse que o falecido jornalista tinha sido ameaçado por Saud al-Qahtani, um ex-conselheiro do príncipe herdeiro que está entre os acusados, segundo relatos dos 'media' locais.

"Jamal disse-me que estava a receber ameaças de Qahtani e da sua comitiva", disse Nour, durante a sessão de julgamento, citado pelo jornal Sabah.

Khashoggi, que foi assassinado aos 59 anos, tinha-se tornado um dissidente do regime, acusado de ligações com a Irmandade Muçulmana, odiada por Riade, e o seu assassínio mergulhou a Arábia Saudita numa das piores crises diplomáticas da sua história e manchou o prestígio de MBS.

O Governo saudita alega que Khashoggi foi morto numa operação não autorizada, mas as autoridades turcas e norte-americanas acreditam que o assassínio não poderia ter sido realizado sem a aprovação de MBS.

Um julgamento pouco transparente na Arábia Saudita determinou a condenação de cinco pessoas a uma pena de morte, mas em setembro essas sentenças foram comutadas para 20 anos de prisão.

As relações entre os governos de Ancara e de Riade, rivais regionais, também se deterioraram consideravelmente desde a morte do jornalista.

Neste contexto de tensões, o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, e o rei Salman, da Arábia Saudita, tiveram uma rara conversa telefónica, no sábado, antes de uma cimeira virtual do G20.

O julgamento em Istambul foi iniciado em julho e os procuradores turcos apresentam Qahtani e o general Ahmed al-Assiri, ex-número dois da inteligência da Arábia Saudita, como mentores do crime.

Durante a audiência de hoje, o tribunal também rejeitou o pedido da organização não-governamental Repórteres Sem Fronteiras para se tornar para ser assistente do processo, que terá a próxima sessão no dia 04 de março.

"Estamos dececionados (...), mas continuaremos a acompanhar de perto este julgamento e pedir respeito pelos padrões internacionais", disse Rebecca Vincent, diretora de campanhas internacionais dos Repórteres Sem Fronteiras.

Leia Também: Noiva de Khashoggi coloca processo contra príncipe herdeiro saudita

Recomendados para si

;
Campo obrigatório