"Esperamos que a experiência dos três [últimos] anos sirva de lição para o próximo Governo dos EUA cumprir as leis e as regras [internacionais] e retomar os seus compromissos", afirmou Hassan Rohani, num discurso emitido na televisão iraniana.

O Presidente dos Estados Unidos, que está à beira de perder as eleições presidenciais para o democrata Joe Biden, adotou uma política de pressão contra o Irão, nomeadamente através da retirada unilateral do acordo internacional sobre o programa nuclear iraniano, tendo reaplicado as sanções contra Teerão em 2018.

"O nosso povo enfrentou um terrorismo económico nos últimos três anos e mostrou resistência e uma paciência sem paralelo", acrescentou Rohani, salientando que o Irão irá "continuar a resistir e a ser paciente até que o outro lado se curve ao direito internacional".

O Presidente iraniano manifestou o desejo de que "quem impõe sanções se dê conta de que o caminho escolhido está errado", frisando que os Estados Unidos "jamais atingirão os seus objetivos" dessa forma.

O Governo iraniano tem enfatizado que um possível regresso de Washington ao acordo nuclear deve ser acompanhado de uma compensação pelos danos causados e de uma "garantia" de que a retirada não voltará a ocorrer.

O porta-voz do Governo, Ali Rabiei, afirmou hoje no jornal oficial do Governo que a política americana de "pressão máxima chegou ao fim e, ao contrário das expectativas de Trump, o Irão não entrou em colapso".

Os eleitores norte-americanos foram às urnas a 03 de novembro para elegerem um novo Presidente, mas as condições excecionais da eleição, que aconteceu durante a pandemia de covid-19, levaram ao atraso na contagem dos votos.

O compasso de espera, devido ao grande número de boletins de voto por correspondência, gerou indefinição na atribuição dos 270 votos do Colégio Eleitoral necessários para eleger um presidente nos Estados Unidos da América.

O candidato democrata à Casa Branca Joe Biden reconheceu, na sexta-feira, que ainda não ganhou as eleições presidenciais de 03 de novembro, mas os números indicam que terá uma "vitória clara e convincente".

Leia Também: EUA: Biden reconhece que ainda não ganhou mas espera vitória clara