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França apela ao "diálogo político" perante violência na Costa do Marfim

A França apelou hoje para os protagonistas da crise após as eleições presidenciais na Costa do Marfim, que provocou mais duas mortes na capital do país, retomarem um "diálogo político" tal como recomendam organizações da comunidade internacional.

França apela ao "diálogo político" perante violência na Costa do Marfim
Notícias ao Minuto

16:17 - 04/11/20 por Lusa

Mundo França

"A França apela a todos os atores para que ponham fim às provocações e atos de intimidação que se têm registado desde as eleições", disse uma porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros francês, sublinhando "a urgência de um reatamento do diálogo político na Costa do Marfim".

O impasse político persistiu hoje na Costa do Marfim, onde a violência pós-eleitoral se agravou com a morte de duas pessoas perto da capital Yamoussoukro, apesar dos apelos à calma da comunidade internacional.

Os principais líderes da oposição, que não reconhecem a reeleição do Presidente Alassane Ouattara para um terceiro mandato controverso e criaram um "Conselho Nacional de Transição", permaneceram impedidos pelas autoridades de saírem de casa.

O país aguarda a validação do Conselho Constitucional, ou não, da reeleição de Ouattara, cuja candidatura a oposição considera inconstitucional, com um resultado esmagador (94,2%).

Dois jovens da comitiva do ministro do Equipamento, Amedé Koffi Kouakou, foram mortos em escaramuças perto da sua residência secundária em Toumodi (centro), já abalada por distúrbios mortais desde a votação de sábado, disse Mamadou Touré, o porta-voz do partido no poder.

Quatro membros da mesma família foram mortos quando a sua casa foi incendiada no domingo durante os distúrbios na cidade perto da capital.

Touré, que é igualmente o ministro da Promoção da Juventude, disse também que "o comboio de Sidi Tiemoko Touré", ministro da Comunicação e porta-voz do Governo, tinha sido "atingido por tiros entre Beoumi e Bouaké (centro), sem que resultassem vítimas.

Um guarda-costas do ministro do Orçamento, Moussa Touré, foi morto no domingo em Yamoussoukro, confirmou hoje Mamadou Touré.

"Condeno firmemente a lógica da violência por parte da oposição que armou estes jovens", acrescentou o porta-voz.

O número exato da violência eleitoral, que muitas vezes degenerou em confrontos interétnicos, é difícil de estabelecer, mas com estas novas mortes o número de mortos aumentou para pelo menos 13 desde a o sufrágio presidencial de sábado, e para pelo menos 40 desde agosto, incluindo confrontos antes da votação, de acordo com a contagem da agência France-Presse.

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, exortou "o Presidente e os principais líderes da oposição a empenharem-se num diálogo construtivo e inclusivo para encontrarem uma saída para a crise atual".

Dez anos após a crise pós-eleitoral de 2020-2011, na qual 3.000 pessoas morreram após o Presidente Laurent Gbagbo se recusar a reconhecer a vitória de Ouattara, a ONU também apelou a "todos os atores políticos para que respeitem a ordem constitucional do país e os princípios do Estado de direito".

Numa declaração conjunta, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), a União Europeia (UE) e a ONU apelaram à oposição na Costa do Marfim para "respeitar a ordem constitucional" e "favorecer o caminho do diálogo".

A embaixada dos Estados Unidos da América apelou igualmente a "um diálogo inclusivo".

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