Turquia, ator chave no conflito, dúvida da viabilidade do cessar-fogo

O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, cujo país apoia militarmente uma das partes do conflito, questionou hoje a viabilidade do acordo de cessar-fogo na Líbia assinado em Genebra sob a égide da ONU.

Erdogan encerra universidade de ex-aliado que se tornou opositor

© Reuters

Lusa
23/10/2020 15:25 ‧ 23/10/2020 por Lusa

Mundo

Conflito

 

 "O acordo de cessar-fogo de hoje não foi concluído ao mais alto nível, mas a um nível inferior", declarou Erdogan a jornalistas em Istambul. "Para mim, parece não ter credibilidade", adiantou.

Após cinco dias de negociações da comissão militar conjunta líbia em Genebra, sob a égide da ONU, as duas partes em conflito acordaram um cessar-fogo "nacional completo e permanente com efeito imediato", segundo a enviada das Nações Unidas para a Líbia, Stephanie Williams.

A chefe da Missão de Apoio das Nações Unidas na Líbia (MANUL) disse igualmente aos jornalistas, após a assinatura do acordo, que o cessar-fogo deve ser acompanhado da saída da Líbia "dos mercenários e combatentes estrangeiros (...) num prazo máximo de três meses a contar de hoje".

A Líbia tem sido palco de violência e de lutas de poder desde a queda do regime de Muammar Kadhafi em 2011.

Duas autoridades disputam atualmente o poder: o Governo de acordo nacional (GAN, reconhecido pela ONU e sediado em Tripoli) e as autoridades no Leste, uma parte do parlamento eleito, aliadas do poderoso marechal Khalifa Haftar. Cada uma conta com patrocinadores internacionais.

Erdogan disse também duvidar da retirada dos "combatentes pagos por Wagner", numa referência aos mercenários russos que Moscovo enviou para a Líbia para apoiar Haftar. O marechal é igualmente apoiado pelo Egito e os Emirados Árabes Unidos.

Ancara mantém desde janeiro um contingente militar na Líbia para ajudar o GAN, que conta ainda com o apoio do Qatar.

Confirmada na cimeira internacional de 19 de janeiro de 2020 em Berlim, a comissão militar conjunta constitui uma das três vias percorridas em paralelo pela MANUL, juntamente com as vertentes económica e política.

Várias rondas de negociações têm ocorrido nos últimos anos e vários acordos foram anunciados, mas não aplicados.

 

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