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Egito executou 49 pessoas em outubro e 13 dessas por violência política

A organização não-governamental Human Rights Watch (HRW) alertou hoje que as autoridades egípcias executaram 49 pessoas entre 03 e 13 de outubro, 15 delas com condenações por violência política.

Egito executou 49 pessoas em outubro e 13 dessas por violência política
Notícias ao Minuto

12:40 - 22/10/20 por Lusa

Mundo ONG

"As autoridades egípcias executaram 15 homens condenados pelo seu suposto envolvimento em três casos de violência política, bem como duas mulheres e 32 homens condenados em processos criminais, entre 03 e 13 de outubro", disse a HRW num comunicado divulgado nas vésperas das eleições legislativas no Egito, que começam no sábado.

Além disso, a ONG afirmou que a execução de 13 dos condenados por violência política ocorreu poucos dias depois da morte de quatro reclusos condenados à morte num "incidente suspeito" que o Ministério do Interior atribuiu como uma tentativa de fuga.

Esses eventos, que também relataram a morte de quatro membros das forças de segurança, ocorreram em 23 de setembro.

"As execuções em massa de dezenas de pessoas em questão de dias são flagrantes", disse o vice-diretor da Human Rights Watch para o Médio Oriente e Norte da África, Joe Stork, que criticou "a ausência sistemática de julgamentos justos no Egito", segundo o comunicado.

Por isso, a organização de direitos humanos - que já havia alertado que o Governo egípcio não costuma anunciar essas execuções e que até evita informar as famílias dos presos - pediu "o encerramento imediato das execuções" e o um novo julgamento para "aqueles condenados à morte em processos injustos".

A HRW destacou que sob a Presidência de Abdelfatah al-Sisi "o Egito tornou-se um dos dez países do mundo com mais execuções e sentenças de morte".

A organização observou que, no caso dos condenados por violência política, muitos deles provenientes dos protestos após o golpe de 2013 de Al-Sisi contra o conservador islâmico Mohamed Morsi, são frequentemente torturados para confessar e não têm acesso a advogados.

Além disso, a ONG acrescentou que são condenados por tribunais militares ou especializados em terrorismo que não oferecem as garantias mínimas necessárias para um julgamento justo em processos em que "dezenas, às vezes até centenas de acusados são julgados rotineiramente", sem lhes dar tempo para apresentar a sua defesa ou para estabelecer responsabilidades criminais individualizadas.

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