Responsável por operação que matou Bin Laden diz que vai votar em Biden
O almirante William McRaven, antigo diretor do Comando de Operações Especiais dos Estados Unidos, alertou que "o mundo já não olha para a América como exemplo".
© Chip Somodevilla/Getty Images
Mundo Eleições EUA
O almirante da Marinha norte-americana William McRaven, já reformado, que supervisionou a operação que culminou na morte de Osama Bin Laden, anunciou que vai votar no candidato democrata, Joe Biden, nas eleições presidenciais dos Estados Unidos.
O antigo diretor do Comando de Operações Especiais dos Estados Unidos fez o anúncio num texto de opinião publicado na segunda-feira no Wall Street Journal, intitulado "Biden vai fazer a América liderar outra vez".
O almirante começou por indicar que é pró-vida e que apoia a Segunda Emenda da Constituição norte-americana [direito ao porte de armas]. "Sou um conservador apoiante do governo local, da Defesa e do hino nacional", escreveu.
"Mas também acredito que as vidas negras importam ['black lives matter'], que os Dreamers [jovens trabalhadores emigrantes] merecem um caminho para conseguir nacionalidade, que diversidade e inclusão são essenciais para o nosso sucesso nacional, que a educação é o grande equalizador, que as alterações climáticas são reais e que a Primeira Emenda [direitos fundamentais] é a base da nossa democracia", completou, numa tomada de posição que não é usual entre elementos das chefias das forças armadas, historicamente apoiantes de governos conservadores.
William McRaven não mencionou o nome de Donald Trump em todo o texto, mas alertou que "o mundo já não olha para a América como exemplo" e que "sem a liderança americana o mundo será, de facto, transformado, mas não da forma que esperamos".
Disse ainda que a América precisa de um presidente "que perceba a importância de liderança americana, cá dentro e além fronteiras". "Precisamos de um líder íntegro, cuja decência e sentido de respeito reflitam os valores que esperamos de um presidente. Precisamos de um presidente para todos os americanos, não só para metade do país", acrescentou.
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