O Ministério da Defesa da Arménia confirmou que o país foi atingido mas nega as acusações sobre os ataques contra os civis no Azerbaijão "reservando-se ao direito" de atingir alvos militares de Baku.  

Trata-se da primeira vez desde o reinício dos confrontos na região do Nagorno-Karabakh que Baku reconhece ter atingido território arménio.

O Azerbaijão afirma que as Forças Armadas atingiram durante a noite - em solo arménio - os sistemas de lançamento de mísseis que estavam prontos a ser utilizados contra "uma zona próxima" do Nagorno-Karabakh e que foram destruídos porque visavam zonas civis. 

O porta-voz do ministério arménio da Defesa, Chouchan Stepanian, confirmou os ataques do Azerbaijão mas desmente as intenções sobre os alvos civis.

"O ataque foi levado a cabo com base na simples hipótese de que o equipamento em questão ia atingir as zonas civis do Azerbaijão. Essas alegações não têm fundamento", disse o porta-voz através da rede social Twitter. 

"Nenhum míssil, obus ou projétil foi disparado nessa direção", acrescentou. 

Em resposta, o "Exército arménio reserva-se ao direito de atingir todas as instalações militares ou movimentos de tropas em território do Azerbaijão", refere a mesma mensagem. 

As tropas de Baku e os separatistas combatem desde setembro na região montanhosa do Nagorno-Karabakh sendo que até ao momento morreram 600 pessoas admitindo-se que o balanço de vítimas pode ser mais elevado.

A trégua negociada sob mediação de Moscovo devia ter entrado no sábado passado para permitir "pelo menos" a troca de prisioneiros e cadáveres mas não foi respeitada pelas partes em confronto. 

O conflito no território do Nagorno-Karabakh habitado maioritariamente por arménios já fez pelo menos 30 mil mortos desde a queda da União Soviética, em 1989.  

Baku acusa a Arménia de ocupação do território e os confrontos são regulares.

Os combates em curso são os mais graves desde 1994.

Após quase trinta anos de impasse diplomático o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliev, jurou tomar o controlo do Nagorno-Karabakh pela força, caso seja necessário.