Depois de alguns impactos sentidos no primeiro trimestre do ano, decorrente da suspensão de todas as ligações aéreas internacionais em 19 de março, por decisão do Governo, o segundo trimestre foi o mais impactante pelos efeitos da pandemia de covid-19 nos transportes do país.
Segundo o relatório do INE cabo-verdiano, de abril a junho registou-se uma diminuição homóloga de 87,8% no número de aviões movimentados nos aeroportos e aeródromos nacionais (total de 942), correspondente a uma "diminuição quase total (99,2%) no número de movimento de passageiros", que foi de apenas 4.858 em três meses.
Além da suspensão dos voos internacionais regulares, que ainda não foram retomados, o Governo cabo-verdiano suspendeu as ligações aéreas interilhas de 29 de março a 15 de julho.
Em 2019, Cabo Verde recebeu 819 mil turistas, setor que garantia até à pandemia de covid-19 cerca de 25% do Produto Interno Bruto do arquipélago.
As ligações marítimas de passageiros foram suspensas também no final de março, com o primeiro período de estado de emergência, decretado para conter a transmissão de covid-19, mas foram retomados progressivamente na segunda quinzena de maio.
O mesmo relatório do INE sobre os transportes refere que foi registada uma diminuição de 43,5% no número de navios movimentados nos portos nacionais no segundo trimestre (963) face a 2019, com a correspondente quebra de 83,2% no número de passageiros movimentados, que caiu para apenas 35.568 em três meses.
No segundo trimestre do ano registou-se ainda uma quebra de 43,3% no número de mercadorias movimentadas e de 73,1% no número de passageiros transportados por autocarros no arquipélago, que neste caso se cifrou em 1.318.369.
Globalmente, o correio movimento em Cabo Verde caiu, de abril a junho, 97,2%, face ao mesmo período de 2019, para 3.124 toneladas, ainda segundo o INE.
Cabo Verde contava até 03 de setembro com um acumulado de 4.125 casos de covid-19, com 41 mortos.
A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 863.679 mortos e infetou mais de 26 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.