Líder histórico da Irmandade Muçulmana morre na prisão
O líder histórico do movimento radical egípcio Irmandade Muçulmana, Esam al-Erian, também vice-presidente do Partido da Liberdade e Justiça (PLJ, braço político da organização), morreu hoje de "causas naturais" numa prisão no Cairo, anunciou o seu advogado.
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Mundo Egito
O advogado de Al-Erian, Abdelmoneim Abdelmaqsud, afirmou que as autoridades o informaram hoje de manhã da morte, sublinhando que o líder do movimento extremista esteve sete anos na prisão, depois de ter recebido sete sentenças de prisão perpétua em diferentes processos.
Al-Erian foi condenado, entre outras razões, por ter fugido, em 28 de janeiro de 2011, da prisão de Wadi al-Natrun, no Delta do Nilo, onde estava preso juntamente com outros líderes de grupos islâmicos para que não participassem nos protestos contra o então o ditador egípcio, Hosni Mubarak.
O dirigente, de 66 anos, pertencia à ala mais conservadora da organização e, mesmo na prisão, continuava a dirigir o movimento.
Foi uma das caras mais conhecidas da Irmandade Muçulmana, onde ocupou vários cargos, incluindo o de porta-voz e o de membro do "gabinete de orientação", o órgão máximo da organização.
Após a revolução egípcia de 2011, que acabou com o regime de Mubarak, e a entrada repentina da Irmandade na vida política, foi vice-presidente do recém-fundado PLJ até à queda em desgraça do grupo islâmico, após o golpe militar de julho 2013 contra o Presidente Mohamed Mursi.
Depois do fim abrupto do Governo da Irmandade Muçulmana, Al-Erian foi uma das figuras mais combativas nas negociações com as novas autoridades, lideradas pelo atual Presidente egípcio, Abdelfatah al-Sisi.
Al-Erian participou nas ações de campanha Rabaa al Adauiya e Al-Nahda, montadas no Cairo em protesto contra o golpe de Estado, até serem desmanteladas, em agosto de 2013, pelas forças de segurança egípcias, num despejo em que morreram centenas de seguidores da Irmandade Muçulmana e muitos outros foram presos.
O líder histórico, no entanto, conseguiu fugir e permaneceu desaparecido até ser preso, em outubro de 2013, num apartamento situado num subúrbio da capital.
Atualmente, todos os líderes da Irmandade Muçulmana estão presos ou exilados na Turquia e no Qatar, enquanto o ex-Presidente Mursi, que chegou ao poder em 2012 pela mão do PLJ, morreu em junho de 2019 na prisão.
A família do Presidente, assim como organizações de direitos humanos e a própria ONU, denunciaram as condições em que Mursi esteve detido, com longos períodos de isolamento e sem receber assistência médica necessária.
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