O SLPP elegeu 146 lugares e os seus aliados conseguiram pelo menos cinco, dos 225 do Parlamento do Sri Lanka, o que dá a esta aliança uma maioria absoluta, permitindo-lhe cumprir a promessa de emendar a Constituição, para reforçar o seu poder.
Mais de 70% dos 16 milhões de eleitores participaram nas eleições legislativas, que decorreram na quarta-feira, quatro meses depois da data inicialmente prevista, por causa da pandemia de covid-19.
O primeiro-ministro - que é irmão do Presidente do Sri Lanka, Gotabaya Rajapaksa, eleito em novembro -- pode agora reverter as alterações feitas na Constituição, pelo Governo anterior, que descentralizaram o poder e limitaram o número de mandatos presidenciais a dois, a fim de impedir o surgimento de uma figura que se perpetuasse no lugar.
Os dois irmãos, Gotabaya e Mahinda, querem acabar com esse limite, colocar o poder judicial sob a alçada da Presidência e estender o seu poder dinástico a uma nova geração da família Rajapaksa, apesar dos protestos dos defensores dos direitos humanos.
O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, já telefonou ao seu homólogo do Sri Lanka, dando-lhe os parabéns, antes mesmo de saber os resultados oficiais da eleição, agora conhecidos.
Em resposta, num comunicado, Mahinda Rajapaksa disse que estava ansioso por poder trabalhar de perto com o seu colega do país vizinho, manifestando a sua vontade em prolongar os laços de cooperação já estabelecidos.
Os irmãos Rajapaksa desfrutam de uma grande popularidade entre a maioria étnica cingalesa, por, em 2009, terem conseguido colocar fim a quatro décadas de guerra civil com a minoria tâmil, num conflito que provocou mais de 100.000 mortes.
Agora, primeiro-ministro e Presidente defendem que é necessário um regresso à concentração do poder, para garantir a paz e o desenvolvimento no Sri Lanka.
Desde a vitória presidencial de Gotabaya Rajapaksa, a população aderiu amplamente ao programa populista da família, que beneficiou de uma onda de nacionalismo, após os ataques 'jihadistas' que mataram 279 pessoas, na Páscoa em 2019.
A oposição, dividida, sai fragilizada destas eleições legislativas, depois de Ranil Wickremesinghe, ex-primeiro-ministro, ter perdido no seu próprio círculo eleitoral.
Um outro partido da oposição, a Aliança Nacional do Tâmil, que tinha 16 deputados, passou a ocupar apenas 10 lugares no Parlamento, que reunirá pela primeira vez na nova legislatura em 20 de agosto.