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Putin apela a "estabilidade, segurança e prosperidade" da Rússia

O Presidente Vladimir Putin pediu hoje aos russos que garantam "a estabilidade, segurança e prosperidade" do país, na véspera do final do referendo sobre uma reforma constitucional que deve permitir-lhe fortalecer o seu poder.

Putin apela a "estabilidade, segurança e prosperidade" da Rússia
Notícias ao Minuto

13:51 - 30/06/20 por Lusa

Mundo Kremlin

"Não votamos apenas emendas enquanto normas jurídicas, votamos pelo país em que queremos viver (...), que queremos deixar aos nossos filhos e netos", disse num breve discurso transmitido pela televisão, sem mencionar a medida que o autorizará a permanecer no Kremlin até 2036.

"A soberania da Rússia depende do nosso sentido de responsabilidade, da sinceridade do nosso sentimento de patriotismo e da nossa preocupação com a pátria", adiantou.

O voto popular sobre a reforma constitucional esteve inicialmente previsto para 22 de abril, mas foi adiado devido à pandemia do novo coronavírus. Para evitar concentrações nas assembleias de voto, a votação decorre desde 25 de junho e termina na quarta-feira.

Segundo Putin, as emendas constitucionais que consagram na lei fundamental princípios sociais, culturais e patrióticos vão dotar o país de "uma educação e um sistema de saúde modernos, com uma proteção social eficaz dos cidadãos e autoridades eficazes que serão responsáveis perante a sociedade".

A medida mais significativa foi a acrescentada para surpresa geral em março, autorizando Vladimir Putin a ficar no Kremlin mais dois mandatos, até 2036, quando faz 84 anos.

Outras alterações reforçam certas prerrogativas do Presidente, como as nomeações e demissões de juízes.

A estas junta-se uma indexação das reformas, bem como a inscrição na Constituição da "fé em Deus" e do casamento como instituição heterossexual.

As crianças são referidas como "a prioridade mais importante das políticas públicas" e o Estado deve incutir-lhes "o patriotismo, o civismo e o respeito pelos idosos".

Estes princípios, que devem unir os russos, estão no centro do sistema de valores patrióticos conservadores do chefe de Estado russo e do seu discurso pró-natalidade face ao declínio demográfico.

A reforma já foi aprovada pelo poder legislativo, mas Putin considerou que deveria ser legitimada pelo voto popular, ainda que este não tenha força legal.

Putin insistiu hoje que as alterações só entrarão em vigor em caso de voto favorável dos russos.

A oposição russa denunciou uma farsa eleitoral visando abrir caminho a uma presidência perpétua para quem está no poder na Rússia há 20 anos.

A organização russa Golos, que defende os direitos dos eleitores, denunciou hoje numerosas irregularidades na votação das reformas constitucionais.

"Não podemos acreditar nos resultados eleitorais. O procedimento não tem precedentes e não responde aos padrões russos ou internacionais", disse o codiretor da Golos, Grigori Melkoniants, à agência noticiosa espanhola EFE.

Melkoniants, cuja organização tem questionado a honestidade de todas as eleições desde que Putin assumiu o poder em 2000, criticou o mecanismo de votação, considerando que foi escolhido para "dificultar" o trabalho dos observadores eleitorais independentes.

Na sua opinião, a votação de 25 de junho a 01 de julho favorece a "falsificação" dos resultados e a votação antecipada necessitava de uma lei especial.

Indicou ainda que a Golos recebeu numerosas denúncias sobre pressões a empregados de empresas e fábricas.

"Dizem-nos que os chefes os obrigam a votar. É uma atmosfera de pressão e falta de liberdade, especialmente em empresas que têm contratos com o Estado", adiantou.

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