Manifestação em Paris para denunciar circunstâncias da morte de Adama

As ruas de Paris são hoje palco de mais uma manifestação antirracista em que o pretexto é a morte do jovem negro Adama Traoré, em 2016, devido à violência policial.

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© REUTERS/Pascal Rossignol

Lusa
13/06/2020 06:53 ‧ 13/06/2020 por Lusa

Mundo

França

A manifestação vai exigir "justiça e verdade" no caso Adama Traoré, que morreu sob custódia policial no departamento de Val d'Oise, a cerca de 40 quilómetros de Paris, desencadeando vários dias de distúrbios na região.

Já no passado dia 03 de junho, a capital francesa recebeu numa manifestação contra o racismo e a violência policial que degeneraram em confrontos com a polícia e levaram, durante a madrugada, à detenção de 18 pessoas na região de Paris.

Nessa ocasião, cerca de 20.000 pessoas juntaram-se frente ao Palácio da Justiça de Paris em protesto, depois da divulgação de um novo relatório forense que atribui a morte do jovem negro Adama Traoré, em 2016, à violência policial.

A manifestação começou por decorrer pacificamente, mas acabou por ser dispersada pela polícia, que recorreu a gás lacrimogéneo e cargas sobre os manifestantes, depois de alguns dos participantes terem lançado pedras e garrafas contra a polícia e vandalizado mobiliário urbano.

O protesto foi convocado nas redes sociais por familiares e amigos de Adama Traoré, no dia em que foi divulgada uma perícia independente à morte do jovem de 24 anos.

Um relatório independente sobre a sua autópsia mostrou que, ao contrário do que tinha sido anunciado inicialmente, o jovem morreu devido a uma placagem da polícia aquando a sua detenção, levando a que o processo interposto pela sua família contra as autoridades tenha tido novos desenvolvimentos, com a audição de novas testemunhas.

Adama Traoré morreu a 19 de julho na esquadra de Persan, na região de Paris, duas horas depois de ter sido detido.

Segundo a família, durante a perseguição policial, Traoré foi imobilizado com uma técnica que lhe causou a morte, horas depois.

O relatório oficial concluiu que Traoré morreu de falha cardíaca, "provavelmente" devida a problemas de saúde preexistentes.

No protesto de 03 de junho eram visíveis cartazes com referências ao caso de George Floyd, embora a maioria pedisse justiça para Adama Traoré.

Assa Traoré, irmã de Adama Traoré, disse à imprensa que, "infelizmente, a morte de George Floyd traz à memória" a morte do irmão.

George Floyd, um afro-americano de 46 anos, morreu em 25 de maio, em Minneapolis (Minnesota), depois de um polícia branco lhe ter pressionado o pescoço com um joelho durante cerca de oito minutos numa operação de detenção, apesar de Floyd dizer que não conseguia respirar.

Desde a divulgação das imagens nas redes sociais, têm-se sucedido os protestos contra a violência policial e o racismo em dezenas de cidades norte-americanas, algumas das quais foram palco de atos de pilhagem.

Os quatro polícias envolvidos foram despedidos, e o agente Derek Chauvin, que colocou o joelho no pescoço de Floyd, foi acusado de homicídio em segundo grau, arriscando uma pena máxima de 40 anos de prisão.

Os restantes vão responder por auxílio e cumplicidade de homicídio em segundo grau e por homicídio involuntário.

A morte de Floyd ocorreu durante a sua detenção por suspeita de ter usado uma nota falsa de 20 dólares (18 euros) numa loja.

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