Reconhecer estado da Palestina é estar no "campo da paz", defende França

Ministro dos Negócios Estrangeiros francês reforça posição de Emanuel Macron de reconhecer o estado da Palestina.

Jean-Noël Barrot

© Getty Images/Thomas SAMSON / AFP

Andrea Pinto com Lusa
25/07/2025 11:18 ‧ há 4 dias por Andrea Pinto com Lusa

Mundo

Médio Oriente

O ministro dos Negócios Estrangeiros francês elogiou, esta sexta-feira, a atitude de Emanuel Macron de querer reconhecer o estado da Palestina e nega que esta seja sinal de que o país apoia o Hamas.

 

Para Jean-Noël Barrot, a decisão do Presidente da República francês "dá razão ao campo da paz contra o campo da guerra" e ao contrário do que têm afirmado os críticos, vai contra aquilo que defende o Hamas.

"O Hamas sempre rejeitou a solução dos dois Estados. Ao reconhecer a Palestina, a França está a provar que este movimento terrorista está errado. Está a dar razão ao campo da paz contra o campo da guerra", publicou Jean-Noël Barrot na sua conta oficial no X [antigo Twitter].

França vai reconhecer Estado da Palestina em setembro

Emmanuel Macron afirmou, esta quinta-feira, que "a França reconhecerá o Estado da Palestina", anunciando ainda que o anuncio formar será feito "na Assembleia Geral das Nações Unidas em setembro próximo".

Macron anuncia que França vai reconhecer Estado da Palestina em setembro

Macron anuncia que França vai reconhecer Estado da Palestina em setembro

França vai reconhecer o Estado da Palestina na Assembleia-Geral das Nações Unidas em Nova Iorque, em setembro, anunciou hoje o presidente Emmanuel Macron.

Lusa | 20:32 - 24/07/2025

"Precisamos de um cessar-fogo imediato [em Gaza], da libertação de todos os reféns e de uma ajuda humanitária maciça ao povo de Gaza. Devemos também garantir a desmilitarização do Hamas, proteger e reconstruir Gaza. Por último, devemos construir o Estado da Palestina, assegurar a sua viabilidade e garantir que, ao aceitar a sua desmilitarização e ao reconhecer plenamente Israel, este contribui para a segurança de todos no Médio Oriente", sublinhou o presidente francês.

A França “mobilizará todos os seus parceiros internacionais que desejem participar”, escreveu o governante numa carta dirigida ao Presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas.

Anúncio gera muitas críticas

Após a publicação do presidente francês, as reações não se fizeram esperar. Israel foi dos primeiros a mostrar a sua posição.

O vice-primeiro-ministro israelita, Yariv Levin, afirmou que a "decisão vergonhosa" anunciada pelo Presidente Emmanuel Macron é "uma mancha negra na história francesa e uma instigação direta ao terrorismo" e significa que agora é "tempo de aplicar a soberania israelita" na Cisjordânia, território ocupado por Israel desde 1967.

Hamas aplaude anúncio

O movimento islamita palestiniano Hamas, por sua vez, aplaudiu a decisão do presidente francês.

"Consideramos este um passo positivo na direção certa para fazer justiça ao nosso povo palestiniano oprimido e apoiar o seu legítimo direito à autodeterminação", afirmou em comunicado o Hamas, baseado na Faixa de Gaza e considerado terrorista por Israel, Estados Unidos, União Europeia e vários países.

O movimento apoiado pelo Irão, que Israel combate em Gaza há quase dois anos, apela a "todos os países do mundo - especialmente as nações europeias e aquelas que ainda não reconheceram o Estado da Palestina - a seguirem o exemplo da França" em relação aos direitos dos palestinianos.

Portugal também pode seguir pisadas?

Entretanto, em Portugal, o ministro dos Negócios Estrangeiros considera que o anúncio do presidente francês, sobre o reconhecimento do estado da Palestina em setembro “não é uma novidade”.

 Em declarações aos jornalistas esta sexta-feira, Paulo Rangel diz que “já é a terceira vez nos últimos meses que o presidente Macron diz que vai reconhecer”. 

Rangel defendeu ainda que “Portugal sempre esteve aberto e estará a esse reconhecimento” do estado da Palestina. Mas realça que “Portugal é um estado soberano e que, portanto, a sua política não é definida por outros estados”.

Leia Também: Reconhecer Palestina? "Portugal está aberto", diz Rangel, mas deixa aviso

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