Netanyahu considera tragédia a morte de palestiniano autista
O primeiro-ministro israelita considerou hoje uma "tragédia" a morte de um homem palestiniano com autismo e desarmado, alvo de um tiro da polícia israelita.
© Reuters
Mundo Israel
Benjamin Netanyahu não chegou a pedir desculpas pelo incidente, mas disse partilhar a dor da sua família.
"O que aconteceu com a família Hallaq, com Eyad Hallaq, é uma tragédia. Uma pessoa com deficiência, com autismo, suspeita, sabemos agora injustamente, de ser um terrorista num local muito sensível", disse hoje Netanyahu. "Todos nós partilhamos a dor da família", acrescentou.
Estas são as primeiras declarações de Nethanyahu desde que a polícia, na Cidade Velha de Jerusalém, matou na semana passada Eyad Hallaq.
O palestiniano de 32 anos, com autismo severo, foi perseguido pelas forças policiais israelitas de fronteira até um recanto da Cidade Velha de Jerusalém e morto a tiro quando se escondia junto a um caixote do lixo, depois de aparentemente ter sido confundido com um atacante.
O tiroteio gerou comparações com a morte de George Floyd, nos Estados Unidos, e desencadeou uma série de pequenas manifestações contra a violência policial em relação aos palestinianos, levando algumas figuras israelitas a visitarem a família enlutada.
Na semana passada, um dia após o incidente, na reunião do Gabinete da semana passada, o ministro da Defesa, Benny Gantz, que é também o primeiro-ministro "em alternância" de Israel, ao abrigo de um acordo de partilha do poder, pediu desculpa pelo incidente. Netanyahu, sentado ao seu lado, não fez na altura referência a Eyad Hallaq.
Netanyahu disse que estava à espera das perícias policiais, mas ao contrário de Gantz não pediu desculpa.
O Ministério da Justiça de Israel revelou que dois agentes foram colocados em prisão domiciliária, mas não adiantou mais pormenores.
A polícia referiu que os agentes na Cidade Velha avistaram um homem com um "objeto suspeito que parecia uma pistola". Quando o homem não obedeceu às ordens para parar, a polícia sublinhou ter aberto fogo e "neutralizado" Eyad Hallaq, após uma perseguição numa zona onde já aconteceram vários ataques.
O tiroteio ocorreu duas semanas depois de outro incidente fatal que resultou na morte de um homem árabe à porta de um hospital israelita. Segundo a polícia, o homem foi alvejado depois de ter esfaqueado um segurança. As imagens das câmaras de segurança mostram o homem, que alegadamente sofria de doença mental, deitado no chão quando foi alvejado várias vezes.
Há muito que os palestinianos e os grupos israelitas de defesa dos direitos humanos acusam as forças de segurança israelitas de usarem força excessiva em alguns casos, quer matando indivíduos que poderiam ter sido detidos, quer recorrendo à força letal quando as suas vidas não estavam em perigo.
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