Bruxelas abre investigação à compra da Transat pela Air Canada

A Comissão Europeia abriu hoje uma investigação aprofundada à compra da companhia aérea canadiana de baixo custo Transat pela Air Canada, que operam na Europa, por temer impactos na concorrência, nomeadamente em altura de crise gerada pela pandemia.

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Lusa
25/05/2020 16:43 ‧ 25/05/2020 por Lusa

Mundo

Companhia aérea

"A Comissão Europeia deu início a uma investigação aprofundada para avaliar a proposta de aquisição da Transat pela Air Canada, ao abrigo do regulamento das concentrações da União Europeia", informa o executivo comunitário em comunicado.

Bruxelas justifica temer que a operação proposta "possa reduzir a concorrência nos serviços de transporte aéreo de passageiros entre o Espaço Económico Europeu e no Canadá".

Acresce que o negócio "foi proposto à Comissão num momento em que o setor da aviação está particularmente afetado pelo surto" de covid-19, no dia 15 de abril passado, precisa a instituição.

A Comissão pretende agora investigar "em que medida a crise do novo coronavírus poderá afetar as operações da Air Canada, da Transat e das suas concorrentes e, consequentemente, o panorama concorrencial a médio e longo prazo", indica o executivo comunitário, frisando que "as concentrações [de empresas] têm efeitos estruturais a longo prazo na concorrência, que têm de ser considerados mesmo em períodos de choques graves que afetam a economia".

Concorrentes diretas, a Air Canada e a Transat são, respetivamente, a primeira e a segunda maiores transportadoras aéreas de passageiros a realizar serviços regulares entre o Espaço Económico Europeu e o Canadá, num total de 29 rotas de 10 países, incluindo Portugal, Bélgica, Croácia, França, Grécia, Irlanda, Itália, Países Baixos, Espanha e Reino Unido.

Com o negócio agora proposto, a Comissão Europeia diz recear impactos "significativos na concorrência nos 33 pares de cidades de origem e de destino".

Citada na nota de imprensa, a vice-presidente executiva Margrethe Vestager, responsável pela política de concorrência, aponta que a instituição vai "avaliar cuidadosamente se a operação proposta afetaria negativamente a concorrência nestes mercados, conduzindo a preços mais elevados, a uma qualidade reduzida ou a uma menor escolha para os passageiros que sobrevoam o Atlântico".

E aludindo ao impacto da pandemia de covid-19, que obrigou à suspensão de várias rotas por várias semanas devido às medidas restritivas adotadas pelos governos, Margrethe Vestager observa que "este é um momento difícil, especialmente nos mercados gravemente afetados pelo surto".

"O regresso a condições de mercado normais e saudáveis deve assentar em mercados que se mantenham competitivos", defende ainda.

A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou quase 345 mil mortos e infetou mais de 5,4 milhões de pessoas em 196 países e territórios.

Mais de 2,1 milhões de doentes foram considerados curados.

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