Membros da Irmandade Muçulmana detidos no Egito

Cinco alegados membros da Irmandade Muçulmana, considerada uma "organização terrorista" pelo Governo egípcio, foram detidos por elaborarem reportagens "fabricadas" para "minar a segurança e estabilidade do país", anunciou hoje o Ministério do Interior.

Portugal "preocupado" com pena de morte de membros da Irmandade Muçulmana

© Reuters

Lusa
22/05/2020 22:14 ‧ 22/05/2020 por Lusa

Mundo

Irmandade Muçulmana

Em comunicado, o ministério precisa que os detidos são acusados de cooperar com líderes do grupo islamita -- no poder no Egito entre 2012 e 2013 -- e que se encontram na Turquia e no Qatar, para onde se exilaram muitos dirigentes e membros da Irmandade após o golpe de Estado militar de julho de 2013 contra o então Presidente Mohamed Morsi.

O ministério garantiu que os detidos recebiam "grandes quantidades de dinheiro com o objetivo de promover rumores, incitar contra as instituições estatais e comprometer a segurança e a estabilidade" do Egito.

Segundo as autoridades, o material audiovisual que elaboraram através de uma produtora e de um estúdio televisivo no Egito era enviado à Al Jazeera, um canal televisivo do Qatar proibido no país e acusado pelo Cairo desde há vários anos de promover "campanhas de desinformação" contra o Egito.

As forças de segurança inspecionaram os apartamentos dos detidos, a sede da empresa de produção e o estúdio, e encontraram computadores com programas de edição e um conjunto de documentários com "conteúdo fabricado sobre a situação interna" do Egito, acrescenta o comunicado.

O anúncio do Ministério do Interior surge após organizações de direitos humanos locais e internacionais denunciarem a contínua repressão da liberdade de imprensa e de opinião, que se acentuou no decurso das medidas de exceção adotadas para conter a pandemia de covid-19.

A organização não-governamental Rede Árabe para Informação de Direitos Humanos revelou a detenção de dez jornalistas entre 18 de março e 18 de maio, três dos quais acusados de "pertencer a um grupo terrorista" e de "difundir informação falsa", após terem participado na preparação de um documentário que foi vendido à Al Jazeera.

A acusação de "envolvimento num grupo terrorista", para além de ser dirigida aos membros da Irmandade Muçulmana, também tem sido atribuída a opositores e críticos do Governo egípcio que não estão relacionados com a confraria, mas com posições liberais ou de esquerda.

Diversas organizações de direitos humanos definem o regime egípcio do Presidente Abdel Fattah el-Sisi como um dos mais repressivos do mundo, e caracterizado por um recente e crescente aumento da opressão no exterior e no interior das prisões do país.

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