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EUA criticam ausência de Taiwan em reunião anual "sob pressão da China"

Os Estados Unidos condenaram hoje a exclusão de Taiwan da reunião anual da Organização Mundial da Saúde (OMS), alegando que a decisão "minou ainda mais a credibilidade" da agência da ONU.

EUA criticam ausência de Taiwan em reunião anual "sob pressão da China"
Notícias ao Minuto

16:10 - 18/05/20 por Lusa

Mundo OMS

Os países membros da OMS decidiram adiar a decisão sobre a participação futura de Taiwan como país observador, depois de o diretor-geral, Tedros Ghebreyesus, lhe ter negado a presença na reunião anual que hoje se iniciou, contrariando o que tinha sido pedido pelos Estados Unidos.

Taiwan foi excluído da OMS, onde tinha o estatuto de observador até 2016, por pressão da China, quando Tsai Ing-wen chegou à Presidência daquele território, com uma estratégia de rejeitar o princípio da unidade da ilha com a China continental.

Numa nota à imprensa, o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, criticou "a falta de independência" de Tedros Ghebreyesus, a quem acusa de ter escolhido "não convidar Taiwan sob pressão da República Popular da China".

O Governo dos EUA tem criticado a forma como a OMS tem gerido a pandemia de covid-19, acusando-a de estar ao serviço dos interesses da China, onde teve origem a crise sanitária global, tendo mesmo suspendido a contribuição financeira para esta agência das Nações Unidas.

Na abertura da reunião anual da OMS, hoje, os países membros concordaram em debater a questão de Taiwan, mas tomar uma decisão apenas até ao final do ano.

"Enquanto o mundo continua a combater a pandemia de covid-19, precisamos de instituições multilaterais que respeitem as suas missões estatutárias e sirvam os interesses de todos os seus estados membros, em vez de se enredarem em fazer política", protestou o chefe da diplomacia norte-americana.

"Ninguém questiona o facto de Taiwan ter implementado uma das respostas mais eficazes do mundo para conter a pandemia, apesar da sua proximidade geográfica com o berço do vírus, em Wuhan, na China", disse Pompeo.

"Não é uma surpresa. Democracias transparentes, saudáveis e inovadoras como Taiwan sempre respondem melhor e mais rapidamente a pandemias do que regimes autoritários", acrescentou o secretário de Estado.

Para Pompeo, o diretor-geral da OMS tinha "o poder legal e os precedentes necessários" para convidar Taiwan para a reunião anual da organização.

"As ações difamatórias da China para silenciar Taiwan demonstram quão vazias são as suas reivindicações pela transparência e cooperação internacional contra a pandemia e tornam a diferença entre China e Taiwan ainda mais flagrante", lamentou Mike Pompeo.

A Assembleia Mundial da Saúde, que hoje se iniciou, é o órgão de decisão da OMS, que orienta a política desta agência das Nações Unidas junto dos seus Estados membros, sendo seguida, em 22 de maio, por uma reunião de seu conselho de administração.

Washington tem elogiado a resposta de Taiwan à propagação do novo coronavírus, enquanto acusa a China de esconder a verdade sobre a origem e a escala da epidemia, que surgiu no final de 2019 na cidade chinesa de Wuhan.

O Governo americano acredita ainda que a OMS negligenciou um alerta feito por Taiwan sobre a gravidade da crise sanitária, o que a agência da ONU nega.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 315.000 mortos e infetou mais de 4,7 milhões de pessoas em 196 países e territórios.

Mais de 1,7 milhões de doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano passou agora a ser o que tem mais casos confirmados (quase 2,1 milhões contra 1,9 milhões no continente europeu), embora com menos mortes (cerca de 125 mil contra mais de 166 mil).

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), paralisando setores inteiros da economia mundial, num "grande confinamento" que vários países já começaram a aliviar face à diminuição dos novos contágios.

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