Fogo no Mali destrói campo de deslocados onde viviam mais de mil pessoas
Um incêndio destruiu hoje o principal campo de deslocados em Bamako, capital do Mali, onde encontraram refúgio mais de mil pessoas, que fugiram da violência no centro do país.
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Mundo Fogo
O campo de Faladié, constituído por cabanas improvisadas, montadas numa lixeira no sul da capital maliana, ficou reduzido a cinzas, constatou no local a agência de notícias francesa France-Presse.
"As pessoas pegaram fogo ao lixo para o queimar e, com o vento forte que estava hoje, começou tudo a arder ao fim da manhã. Foi um desastre", relatou Ibrahim Maïga, um dos deslocados que sobreviveu ao incêndio.
A esmagadora maioria das pessoas que viviam neste campo, que faz fronteira com um mercado de gado bovino, eram da etnia Fulani, do Mali central, e mais de mil pessoas fugiram à violência de grupos 'jihadista' e intercomunitária naquela zona do país, segundo as agências humanitárias que ali trabalham.
Hoje à tarde, o local estava coberto por uma imponente nuvem branca e em alguns lugares do campo as chamas ainda ardiam.
Ibrahima Maïga estava à procura dos seus 50 bois, principal fonte de rendimento para milhões de pastores no Sahel.
"Já vimos 13 deles, os outros desapareceram", afirmou a comerciante. Nas ruas adjacentes à lixeira, já na zona de estrada asfaltada, uma vaca corria entre os táxis.
Em frente a um monte de cinzas, dentro do acampamento, Aminata Diallo olhava para a sua antiga casa. "Já lá vivia há dois anos. Venho do círculo Bankass, deixei a minha vida lá por causa da guerra e mais uma vez perco tudo", disse o jovem de 38 anos, citado pela agência noticiosa.
Da cabana nada resta, a não ser um pote e as finas fundações de madeira que estavam a arder.
Os bombeiros da Missão da Organização das Nações Unidas no Mali, Minusma, ainda estavam a trabalhar durante a tarde no combate ao incêndio.
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