Minas de ferro de Moncorvo em atividade após 37 anos ao abandono

Após 37 de abandono, a atividade mineira está de regresso ao concelho de Moncorvo pela iniciava da Aethel Mining, com um investimento previsto de 550 milhões de euros, para os próximos 60 anos.

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Lusa
13/03/2020 06:07 ‧ 13/03/2020 por Lusa

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Desde outubro de 2011, altura em que foi anunciada pelo então ministro da economia Álvaro Santos Pereira a intenção de um gigante internacional do setor mineiro (a australiana Rio Tinto) de investir mil milhões de euros na região de Moncorvo com a perspetiva de criação de 420 postos de trabalho diretos, muita tinta correu e as expectativas aumentaram em relação o projeto, algumas goradas ao longo dos anos.

Cerca de um ano depois do anúncio, os autarcas dos concelhos do Douro Superior afirmavam que o Governo teria de explicar às populações o que se passou nas negociações com a multinacional Rio Tinto tendo em vista a exploração mineira naquele concelho.

A reativação das minas chegou a ser dada como provável, graças ao interesse demonstrado pela Rio Tinto, mas acabou por retroceder com o recuo por parte daquela multinacional australiana.

O processo da exploração mineira em Torre de Moncorvo entrou num impasse quando a Rio Tinto desistiu da exploração das minas de ferro de Moncorvo depois de um ano de intensas negociações entre o detentor dos direitos de prospeção e exploração e o Governo.

A justificação oficial para o recuo da Rio Tinto, referia à data a Minning Technology Investments (MTI), que detém os direitos de concessão das minas de Moncorvo até 2070, " é que a Rio Tinto não conseguiu provar que o projeto era viável e rentável".

Os sucessivos adiamentos ao projeto começaram logo, em 2012, altura em que se esperava que a exploração arrancasse pela mão da MTI- Ferro de Moncorvo, S.A., o que não veio a acontecer alegadamente "por fatores técnicos, ambientais e por alguma burocracia".

O processo de licenciamento da reativação das minas de ferro de Moncorvo tornou-se num decisivo passo no longo percurso mineiro deste projeto, decorrendo em paralelo com um conjunto de trabalhos e estudos ambientais, sociais e económicos, que constituem a fase de RECAPE - Relatório de Conformidade Ambiental do Projeto de Execução.

Em novembro 2016, quando foi assinado com a MTI o contrato definitivo relativo a esta concessão, o então ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, realçou "o empenho colocado pelo Governo para agilizar este projeto".

Mais recentemente, as minas de Moncorvo, cuja concessão de 2016 foi entregue à MTI, Ferro de Moncorvo, SA, tornam-se "atraentes" para a Aethel Mining não só pelas suas perspetivas económicas, mas também pelo seu perfil de sustentabilidade - sendo um depósito de minério de ferro muito significativo no coração da Europa - e pelo seu potencial para revitalizar um ativo histórico da economia local", descreveu a empresa, aquando da assinatura do tratado concessão.

A Aethel destaca ainda que o seu projeto para Moncorvo se "diferencia" do de todos os seus pares pelo "pleno uso da sua visão de sustentabilidade e sensibilidade ambiental".

No início de novembro de 2019, a Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) autorizou o "controlo da mina" de ferro de Torre de Moncorvo pela Aethel Mining, empresa que espera colocar Portugal numa "posição de liderança na mineração europeia".

A Aethel Partners revelou que a Aethel Mining Limited, uma "empresa britânica detida exclusivamente" pelo português Ricardo Santos Silva e a americana Aba Schubert, "recebeu aprovação da DGEG para assumir o controlo da mina de Moncorvo", um "depósito de minério de ferro muito significativo no coração da Europa".

Hoje, tem início a exploração de mineiro de ferro em Torre de Moncorvo, com máquinas a operar no local, indicou a empresa concessionária.

As minas de ferro de Torre de Moncorvo foram a maior empregadora da região na década de 1950, chegando a recrutar 1.500 mineiros.

A exploração de minério foi suspensa em 1983, com a falência da Ferrominas.

 

 

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