O secretário de Estado Mike Pompeo fez o comentário sobre os projetos de reforma agrária sul-africana durante um discurso na Etiópia, a última etapa da visita ao continente africano.
A posse de terras é uma questão sensível na África do Sul, um dos países com um dos níveis de desigualdades mais elevados do mundo, em parte devido à herança do sistema racista do Apartheid, abolido em 1994.
Alguns membros do Congresso Nacional Africano (ANC), no poder, na África do Sul, e a formação oposicionista Economic Freedom Fighters (EFF) defendem o processo de redistribuição de terras, argumentando que vai corrigir os erros do passado.
Os mais críticos referem que se trata de um processo muito semelhante ao que foi aplicado no Zimbabwe, país vizinho, em que a apropriação de terrenos pertencentes à comunidade branca conduziu ao afastamento dos investidores e ao colapso da economia local.
Na semana passada, o presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, disse que o governo tenciona acelerar o programa de redistribuição de terras até ao final do ano.
O governo pretende igualmente implementar uma lei de expropriação que pode não contemplar qualquer compensação pela perda de terrenos.
Para Ramaphosa a redistribuição de terras é necessária para corrigir "uma injustiça histórica" marcada pela legislação de 1913 apontada pelo ANC como o "pecado original do Apartheid" e que continua por resolver.
O chefe de Estado sul africano garante que o processo não vai afastar os investidores e que a reforma agrária não vai ser "nem caótica nem ilegal".
Esta não é a primeira vez que os Estados Unidos se pronunciam sobre a questão da redistribuição de terras na África do Sul.
Em 2018, o presidente Donald Trump afirmou que as muitas quintas estavam a ser cercadas e que agricultores "tinham sido assassinados", na África do Sul.