"A União Europeia (UE) sozinha não pode, mesmo a longo prazo e apesar de todo progresso, garantir a segurança de todos os seus membros", disse Frank-Walter Steinmeier na abertura da Conferência de Segurança de Munique.
"Para deixar bem claro, se queremos manter a coesão da Europa, inclusive em questões de segurança, não basta fortalecer a União Europeia no campo militar, devemos também continuar a investir no vínculo transatlântico", acrescentou o chefe de Estado alemão, que não tem poder executivo, mas cuja voz tem peso na Alemanha.
"A segurança da Europa baseia-se numa forte aliança com os Estados Unidos", afirmou o chefe de Estado alemão.
"Apostar tudo na UE levaria à divisão da Europa", alertou.
As declarações do Presidente francês no final de 2019, durante uma entrevista, sobre a morte cerebral da NATO tiveram um impacto negativo na Alemanha, um país profundamente atlântico desde o final da Segunda Guerra Mundial e que ainda depende principalmente da capacidade militar e nuclear norte-americano para a sua defesa.
Num recente discurso em Paris, na Escola Militar, Macron tentou tranquilizar os seus aliados, enfatizando a importância do vínculo com os Estados Unidos em questões de defesa.
"Entretanto, a nossa segurança também depende inevitavelmente de uma maior capacidade de ação autónoma dos europeus", disse Macron, pedindo aos europeus que não "se limitem a um papel de espetadores".
Macron propôs aos parceiros europeus "um diálogo estratégico" sobre "o papel da dissuasão nuclear francesa" na segurança coletiva da Europa. Uma abertura destinada principalmente à Alemanha.
"Deveríamos aceitar esse convite ao diálogo", disse Frank-Walter Steinmeier, pedindo à Alemanha que "faça a sua contribuição".