Eurodeputado grego rasga bandeira turca e Ancara reage com veemência

A Turquia condenou hoje de forma veemente a atitude de um eurodeputado grego que rasgou a bandeira turca, durante uma sessão no Parlamento Europeu, e denunciou um ato "racista" que pode agravar as tensões entre Ancara e Bruxelas.

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© Reuters

Lusa
30/01/2020 15:01 ‧ 30/01/2020 por Lusa

Mundo

Yannis Lagos

Na noite de quarta-feira, no decurso de um debate sobre a situação dos migrantes nas ilhas gregas, o eurodeputado independente Yannis Lagos criticou a Turquia antes de exibir uma folha de papel onde estava impressa uma bandeira turca, e que rasgou.

"Não fazem mais que 'passar a mão pelo pelo' à Turquia, que nos inunda com fluxos ininterruptos de migrantes. E esta bandeira turca é uma bandeira manchada de sangue. A única coisa a fazer, é dizer 'Fora os turcos'", afirmou enquanto rasgava o papel.

Lagos é um antigo eleito do partido neonazi grego Aurora Dourada, que abandonou em julho.

A Turquia, país onde o apego à bandeira nacional é profundo, reagiu com particular veemência pela voz do seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Mevlüt Cavusoglu.

"As mentalidades racistas sabem como lhes quebramos os dedos quando se aproximam da nossa bandeira (...). A Europa deve dizer 'stop' à hostilidade face ao islão", afirmou em mensagem no Twitter.

"Esperamos que o Parlamento europeu faça o necessário em relação a este palhaço", acrescentou Cavusoglu.

O relator para a Turquia no Parlamento Europeu, Nacho Sanchez Amor, que na semana passada efetuou a sua primeira deslocação ao país, tentou apaziguar os ânimos exaltados, também via Twitter.

"Nada justifica o facto de se rasgar uma bandeira (...), um ato lamentável. A habitual retórica islamofóbica de extrema-direita não é bem-vinda a Bruxelas", declarou.

Por sua vez, o ministro grego dos Negócios Estrangeiros "condenou qualquer ato que insulte um símbolo nacional, neste caso o símbolo nacional da Turquia". "Os neonazis apenas se representam a si próprios", acrescentou.

Este eurodeputado grego está incluído entre os diversos membros ou ex-membros da Aurora Dourada envolvidos na morte do ativista antifascista Pavlos Fyssas em 2013.

O incidente com a bandeira coincide com o aumento das tensões nos últimos meses entre a Turquia e países europeus, designadamente a Grécia, devido às reivindicações de Ancara sobre a prospeção de jazidas de hidrocarbonetos ao largo de Chipre.

A União Europeia (UE) também tem denunciado as prospeções efetuadas por Ancara no Mediterrâneo oriental, que considera "ilegais".

Após uma crise migratória sem precedentes em 2015, a UE concluiu em março de 2016 um controverso plano milagrório com a Turquia e que permitiu uma drástica redução do número de passagens clandestinas para a Europa e provenientes do país euro-asiático.

No entanto, e os últimos meses, registou-se um aumento do número de chegadas às ilhas gregas, com este país a tornar-se de novo em 2019 na primeira porta de entrada de migrantes e refugiados na Europa.

 

 

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