Novo acordo nuclear de Trump pode substituir o atual, diz Boris Johnson
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disse hoje que está disposto a substituir o acordo nuclear de 2015 com o Irão por um novo pacto negociado pelo Presidente norte-americano, Donald Trump.
© Reuters
Mundo EUA/Irão
A posição, assumida por Johnson numa entrevista à BBC, contraria a que tem sido seguida pela diplomacia do Reino Unido, que, como as outras potências europeias signatárias do acordo (França e Alemanha), tem defendido a manutenção do chamado Plano de Ação Global Conjunto (JCPOA, Joint Comprehensive Plan of Action).
"Se vamos acabar com ele [o acordo], então vamos substituí-lo e vamos substituí-lo com o acordo de Trump. É disso que precisamos e penso que seria um grande progresso", disse Johnson.
Ao anunciar novas sanções ao Irão, na semana passada, Donald Trump defendeu que as outras potências signatárias do acordo -- a Alemanha, Reino unido e França, a Rússia e a China -- devem "trabalhar juntas para concluir um acordo com o Irão que torne o mundo mais seguro e pacífico".
"O Presidente Trump é um grande negociador [...]. Vamos trabalhar em conjunto para substituir o JCPOA e ficar com o acordo de Trump", disse o primeiro-ministro britânico.
Segundo Johnson, os norte-americanos consideram que o acordo "tem falhas".
As declarações do primeiro-ministro britânico foram feitas pouco depois do anúncio de que as potências europeias parte no acordo - França, Alemanha e Reino Unido - acionaram um mecanismo de resolução de disputas para forçar o Irão a cumprir os compromissos assumidos).
Segundo o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, os três países pretendem "preservar o acordo nuclear iraniano na sincera esperança de encontrar uma via para resolver o impasse através de um diálogo diplomático construtivo".
O acordo nuclear assinado em 2015 entre o Irão e potências internacionais permitiu o levantamento de parte das sanções internacionais em troca do compromisso de Teerão de que o seu programa nuclear tem fins pacíficos.
O acordo nuclear foi concluído entre o Irão e o grupo 5+1, constituído pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (EUA, Rússia, China, França e Reino Unido) e a Alemanha, mas em maio de 2018, Donald Trump anunciou que os Estados Unidos se retiravam do acordo e voltavam a aplicar sanções ao Irão.
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