Greta Thunberg chegou esta terça-feira a Lisboa depois de uma viagem de 21 dias num catamarã que partiu do estado norte-americano da Vírgina rumo à Europa, onde a ativista de 16 anos participará na Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (COP25).

A jovem sueca fez as suas primeiras declarações depois da travessia do Atlântico na capital portuguesa, visivelmente cansada, mas ladeada pelas pessoas que a ajudaram a chegar a bom porto. E quem são essas pessoas?

Recorde-se que Greta viajou em agosto do Reino Unido para Nova Iorque, nos Estados Unidos, no veleiro ecológico de Pierre Casiraghi, o filho mais novo de Carolina de Mónaco, que se ofereceu para a transportar. A ideia era participar na cimeira da ONU sobre as alterações climáticas, em setembro, e depois viajar por terra até ao Chile, onde estava inicialmente agendada a cimeira do clima.

O problema? O governo chileno, com o país assolado por fortes protestos, cancelou a organização do evento, que passou para a Madrid, ou seja, de volta para a Europa. Evitando viajar de avião, numa mensagem que pretende conscientizar sobre seu impacto na crise climática, Greta chegou a recorrer ao Twitter para pedir ajuda para chegar a Madrid (e teve inclusive resposta das autoridades espanholas).

Greta à chegada a Lisboa com o pai, Svante Thunberg.© REUTERS/Rafael Marchante

Seriam, porém, os australianos Riley Whitelum e Elayna Carausu, que documentam as suas viagens por todo o mundo num canal de YouTube, a acorrer em seu auxílio, assim como a marinheira inglesa Nikki Henderson. A bordo do catamarã 'La Vagabonde', e acompanhados pelo pai de Greta, a equipa partiu assim dos Estados Unidos para regressar à Europa. 

Um casal que se apaixonou por um estilo de vida sem porto fixo

Riley Whitelum e Elayna Carausu conheceram-se em 2014 enquanto viajavam pela Europa e apaixonaram-se. A história de ambos, porém, nunca correu sobre rodas. Riley tinha um barco, Elayne despediu-se do emprego e ambos andam a velejar pelo mundo desde então, documentando as deambulações no vlog 'Sailing La Vagabonde' (que se tornou muito conhecido entre os blogues de viagens, com 1,4 milhões de subscritores).

No ano passado, deram as boas-vindas a Lenny, que agora tem um ano de idade e que os acompanha nas suas aventuras, financiadas por acordos publicitários, YouTube e subscritores. Foi também no ano passado que o estaleiro de luxo francês Outremer se associou ao casal, com um catamarã de quase 15 metros. O 'La Vagabonde' funciona com recurso a painéis solares e energia hidráulica.

Lenny é ainda muito nova e dificilmente se lembrará mas acompanhou uma outra viagem: a luta climática de Greta Thunberg. Depois da ativista sueca ter pedido ajuda através das redes sociais, os seus pais decidiram dar-lhe boleia e transformaram o 'La Vagabonde' num nome conhecido a nível mundial.

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Uma publicação partilhada por Riley Whitelum (@riley.whitelum) a 13 de Nov, 2019 às 4:38 PST

Foi nesta altura, também, que a marinheira Nikki Henderson, de 26 anos de idade, se juntou à equipa. "Eu ajudei porque queria ver como era realmente a Greta, conhecê-la e ter a oportunidade de me educar sobre o que ela representa", indicou a profissional, citada pela BBC. Nikki foi convidada a comandar a viagem por Riley e Elayna, que, para além de terem uma criança de um ano a bordo, não são velejadores profissionais.

Greta nas Docas de Santo Amaro juntamente com Riley Whitelum e Nikki Henderson.© REUTERS/Rafael Marchante

Recorde-se que Greta Thunberg iniciou uma greve à escola em setembro de 2018, em frente ao parlamento sueco, para apelar à tomada de medidas contra as alterações climáticas, que inspirou um movimento global que a levou a ser recebida pelos líderes mundiais e a falar em conferências.

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