Jordi Cuitxart diz que estabilidade só é possível com Catalunha
Um dos condenados no âmbito do processo independentista catalão, Jordi Cuitxart, disse à Lusa que a estabilidade política em Espanha só é possível após a "solução política para a Catalunha".
© Reuters/Albert Gea
Mundo Catalunha
"Não vai haver estabilidade política em Espanha enquanto não houver uma solução política para a Catalunha. Parece não haver diferenças entre o PSOE e o Partido Popular", disse Jordi Cuixart em entrevista escrita à agência Lusa.
Cuitxart é um dos condenados do Processo da Catalunha, tendo sido sentenciado a nove anos de cadeia pelo delito de sedição.
O antigo presidente da associação Òmnium Cultural encontra-se preso na cadeia de Lledoners, Catalunha, tendo aceitado responder às perguntas enviadas pela Lusa.
Questionado sobre as eleições legislativas deste domingo, afirmou que o "Estado espanhol tem medo da palavra" e de resolver democraticamente um "conflito político".
"A sua única resposta ['Estado Espanhol'] foi a ameaça e o menosprezo e a repressão contra representantes culturais, civis e políticos", disse, acrescentando que a posição política dos partidos em campanha "contra a Catalunha" são irresponsáveis e vão fazer subir a votação na extrema-direita.
"É uma posição irresponsável que pode dar resultados eleitorais a curto prazo, mas que reforça a extrema-direita e os herdeiros políticos de Franco, pois partilha e legitima os seus argumentos", considerou Cuitxart.
Sobre a violência nas ruas em vários pontos da região autónoma, Cuitxart diz que as sentenças do Processo provocaram uma onda de indignação nas ruas da Catalunha e também "em várias cidades do Estado espanhol".
"Também mobilizou entidades que defendem os direitos humanos, inclusivamente sindicatos e organizações que defendem o direito à habitação que viram na sentença uma ameaça alarmante contra o direito de manifestação", considera.
No âmbito do Processo independentista catalão, o Tribunal Supremo condenou a 13 anos de prisão o ex-vice-presidente da comunidade autónoma da Catalunha Oriol Junqueras e a penas de até 12 anos outros oito protagonistas políticos culpados de sedição e desvio de fundos públicos no processo através do qual procuraram conseguir a independência da região em 2017.
Três antigos conselheiros do governo autónomo catalão foram condenados a 12 anos de prisão por sedição e desvio: Raül Romeva, Jordi Turull e Dolors Bassa; enquanto os Joaquim Forn e Josep Turull cumprem 10 anos por sedição.
A ex-presidente do Parlamento autónomo catalão Carme Forcdell foi condenada a uma pena de 11 anos e 6 meses, enquanto os líderes de associações independentistas Jordi Sánchez e Jordi Cuixart foram condenados a 9 anos de prisão, todos por um delito de sedição.
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