"A minha empresa e eu somos responsáveis e sabemos que temos de melhorar", declarou Dennis Muilenburg, afirmando que aprendeu com os erros trágicos e que está disposto a prestar contas.
Tal como tinha feito na terça-feira perante o Senado, o presidente da Boeing pediu desculpa aos familiares das vítimas do acidentes de aviação, presentes na sala da audiência.
Muilenburg enfrentou as críticas de vários elementos da Comissão dos Transportes e das Infraestruturas da Câmara dos Representantes, que consideraram a situação inaceitável e exigiram respostas.
O presidente executivo da Boeing admitiu na terça-feira perante o Senado norte-americano que a empresa cometeu erros nos acidentes mortais com aviões do modelo 737 Max 8 na Indonésia e na Etiópia.
Foi a primeiro vez que a Boeing reconheceu no Congresso norte-americano ter cometido erros que estiveram na origem dos acidentes que resultaram na morte de centenas de pessoas e que custaram milhares de milhões de dólares à empresa com sede em Chicago, nos Estados Unidos.
Os testemunhos do presidente executivo da Boeing no Congresso norte-americano ocorrem exatamente um ano depois do acidente de um avião 737 Max 8 da companhia aérea indonésia Lion Air, que provocou 189 mortos, incluindo todos os passageiros e tripulantes.
Cinco meses depois, um avião do mesmo modelo da Ethiopian Airlines caiu em circunstâncias semelhantes, causando a morte de 157 pessoas.
Desde então, todos os Boeing 737 Max 8 foram retirados de circulação em todo o mundo.
Uma investigação indonésia concluiu que a queda do voo da Lion Air se deveu a uma combinação de falhas no projeto do aparelho, na formação dos pilotos e na manutenção.
O relatório final do acidente, divulgado em 25 de outubro, refere que o voo 610 da Lion Air, que ligava a capital da Indonésia à ilha de Sumatra, caiu porque os pilotos nunca foram informados sobre como responder rapidamente a falhas no sistema de controlo automatizado do jato Boeing 737 Max 8.
O avião mergulhou no mar de Java apenas 13 minutos após levantar voo, em 29 de outubro de 2018.
Segundo o Comité Nacional de Segurança em Transportes da Indonésia, o sistema automatizado, conhecido como MCAS, contava com um único sensor de "ângulo de ataque" que fornecia informações erradas, empurrando automaticamente o nariz do avião para baixo.