Apple acusada de ajudar manifestantes de Hong Kong

A Apple tornou-se hoje a mais recente empresa a ser criticada pela imprensa oficial chinesa no âmbito dos protestos em Hong Kong, por permitir na sua loja uma aplicação que difunde coordenadas da polícia durante as manifestações.

Jornal do PC Chinês ataca Apple por 'app' que ajuda manifestantes em Hong Kong

© Lusa

Lusa
09/10/2019 10:22 ‧ 09/10/2019 por Lusa

Mundo

Hong Kong

 

O Diário do Povo, jornal oficial do Partido Comunista Chinês (PCC), acusou a 'app' HKmap.live, desenvolvido por um fornecedor externo e disponível na loja eletrónica da Apple, de "facilitar comportamento ilegal".

Em editorial, o jornal questionou ainda se a gigante norte-americana está a "guiar os bandidos de Hong Kong".

Pequim pressionou já empresas como a companhia aérea Cathay Pacific Airways de Hong Kong e a liga profissional norte-americana de basquetebol a tomarem posições pró-governo, nos protestos que há quatro meses afetam a região semiautónoma de Hong Kong.

Na origem da contestação está uma polémica proposta de emendas à lei da extradição, já retirada formalmente pelo governo de Hong Kong.

Contudo, os manifestantes continuam a exigir que o governo responda a quatro outras reivindicações: a libertação dos manifestantes detidos, que as ações dos protestos não sejam identificadas como motins, um inquérito independente à violência policial e, finalmente, a demissão da chefe de governo e consequente eleição por sufrágio universal para este cargo e para o Conselho Legislativo, o parlamento de Hong Kong.

O HKmap.live permite que os utilizadores relatem a localização da polícia, o uso de gás lacrimogéneo e outros detalhes, que são adicionados a um mapa atualizado regularmente.

Uma outra versão está também disponível para telemóveis que usam o sistema operacional Android, da Google.

"A Apple entrou nisto por conta própria e misturou negócios com política e atividade comercial com atividades ilegais", acusou o Diário do Povo.

O jornal alertou que o grupo tecnológico pode estar a prejudicar a sua reputação junto dos clientes chineses.

Pequim encorajou, no passado, o boicote a produtos japoneses ou sul-coreanos, durante disputas com os governos daqueles países. As autoridades chinesas costumam ainda recorrer à suspensão de licenças, impostos ou investigações antimonopólio.

"Esta imprudência causará muitos problemas à Apple", afirmou o Diário do Povo. "A Apple precisa de refletir profundamente", acrescentou.

 

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